O lucro dos planos de saúde alcançou R$ 17,9 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (11/12) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O valor representa o maior resultado da série histórica iniciada em 2018 e supera o pico registrado em 2020, durante a pandemia.
Esse desempenho resulta da combinação entre melhora operacional e receitas financeiras elevadas. No período, o setor registrou receitas totais de R$ 287,3 bilhões. Assim, a margem líquida chegou a 6,2%, o que indica retorno médio de R$ 6,20 para cada R$ 100 faturados.
Lucro dos planos de saúde avança com melhora operacional
O avanço do resultado dos planos de saúde também aparece no lucro operacional, que somou R$ 9,3 bilhões no acumulado do ano. O número representa alta próxima de 140% em relação ao mesmo intervalo de 2024 e configura o melhor patamar desde 2019, de acordo com a ANS.
Além disso, o ambiente de juros elevados reforçou o caixa das operadoras. As receitas financeiras atingiram R$ 11,1 bilhões nos nove primeiros meses de 2025, crescimento de 60% na comparação anual. Ao fim de setembro, o volume aplicado em investimentos financeiros totalizou R$ 134,9 bilhões.
Lucro dos planos de saúde reflete queda da sinistralidade
Outro fator central foi a redução da sinistralidade, principal indicador operacional do setor. Entre janeiro e setembro, o índice ficou em 81,9%, recuo de 2,4 pontos percentuais frente a 2024 e o menor nível desde 2021. Segundo a agência reguladora, a recomposição das mensalidades superou a variação das despesas assistenciais.
O desempenho, porém, permanece concentrado. Bradesco Saúde, SulAmérica e Hapvida responderam por cerca de 41% do lucro agregado informado à ANS. Ainda assim, 75,1% das operadoras encerraram o período com resultado líquido positivo, totalizando 590 entidades.
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Leitura regulatória sobre a rentabilidade do setor
Apesar do ganho dos planos de saúde, o cenário segue heterogêneo. Cerca de 7,5 milhões de beneficiários permanecem vinculados a operadoras em regimes especiais, como direção fiscal, programas de adequação econômico-financeira ou processos de cancelamento de registro. Durante a apresentação dos dados, Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras, afirmou que o setor apresenta resultados relevantes, mas ainda demanda cautela regulatória para evitar prejuízos assistenciais aos consumidores, sob monitoramento da ANS.











