A Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta terça-feira (16/12) indicou retração da atividade industrial em novembro, com o índice de evolução da produção recuando para 44,4 pontos. O patamar abaixo de 50 sinaliza queda frente a outubro e marca uma virada negativa mais intensa do que a observada em transições sazonais anteriores, segundo o levantamento mensal da CNI.
O enfraquecimento não ficou restrito à produção. Indicadores ligados ao uso da capacidade produtiva, ao emprego e à formação de estoques também apontaram ajuste das empresas diante de um ambiente de demanda mais contida. Na avaliação da CNI, os dados sugerem perda de tração mais ampla da indústria no encerramento do ano.
Sondagem Industrial da CNI: produção, emprego e capacidade
Os indicadores correntes da Sondagem Industrial da CNI mostram que a desaceleração observada em novembro afetou o núcleo operacional das empresas industriais. A leitura conjunta de produção, emprego e capacidade instalada ajuda a dimensionar a intensidade desse ajuste e seus possíveis desdobramentos no curto prazo.
Além disso, de acordo com a CNI, os resultados ficaram abaixo do padrão histórico mensal, afastando a hipótese de que o desempenho fraco esteja associado apenas a fatores sazonais. Nesse contexto, os principais números do levantamento são:
- Produção industrial: índice em 44,4 pontos, após queda de 7,1 pontos em relação a outubro, sinalizando contração disseminada da atividade.
- Emprego industrial: indicador em 47,6 pontos, com recuo mensal de 1,2 ponto, refletindo redução do número de trabalhadores.
- Utilização da capacidade instalada: 70%, um ponto percentual abaixo do observado na Sondagem Industrial divulgada pela CNI em outubro e inferior aos níveis registrados em novembro de 2023 e 2024.
- Estoques: índice de estoque efetivo em relação ao planejado em 50,7 pontos, indicando volumes acima do desejado pelas empresas.
A combinação de menor produção com estoques elevados sugere dificuldade de escoamento. O que, portanto, tende a limitar decisões de expansão e reforça uma postura defensiva no curto prazo.
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Sondagem Industrial da CNI: expectativas para demanda e investimento
Além do retrato atual da atividade, a Sondagem Industrial da CNI também captou mudança no humor dos empresários em relação aos próximos meses. As expectativas recuaram nos indicadores mais sensíveis ao ciclo econômico, enquanto as intenções de investimento seguem em nível positivo, embora menos elevado do que no fim de 2024.
Segundo a CNI, esse descompasso reflete um ambiente de maior cautela operacional, no qual as empresas ajustam compras e contratações. Porém, evitam abandonar completamente planos de médio e longo prazo. Os dados da Sondagem Industrial de novembro levantados pela CNI mostram esse contraste com clareza:
- Demanda esperada: 50,2 pontos, após recuo de 1,1 ponto, ficando próxima da linha que separa crescimento e retração.
- Compras de matérias-primas: 49,2 pontos, passando a indicar intenção de redução nos próximos meses.
- Emprego esperado: 49,0 pontos, abaixo de 50 pelo quinto mês consecutivo.
- Exportações: 48,4 pontos, apesar de leve alta mensal, ainda em patamar negativo.
- Intenção de investimento: 55,9 pontos, terceira alta seguida, mas inferior ao nível observado em dezembro de 2024.
Leitura atual da pesquisa da CNI
A leitura integrada da Sondagem Industrial da CNI aponta uma indústria mais cautelosa no encerramento de 2025. Embora a intenção de investir permaneça em patamar elevado, os sinais vindos da produção, do emprego e dos estoques indicam ajustes táticos diante de uma demanda menos dinâmica. Portanto, a tendência é que as empresas priorizem eficiência operacional e preservação de caixa, enquanto aguardam sinais mais consistentes ao longo de 2026.
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