A recuperação judicial da 2W Ecobank avançou nesta quarta-feira (17/12) após a 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo homologar o plano apresentado pela companhia. A decisão inclui também a subsidiária integral 2W Comercializadora Varejista de Energia e autoriza a reestruturação de cerca de R$ 2 bilhões em dívidas. A juíza Larissa Tunala validou o plano por meio de cram down, mecanismo que permite a homologação mesmo sem consenso entre credores.
A 2W Ecobank atua no setor elétrico brasileiro com foco em geração de energia renovável, principalmente eólica, além de comercialização de energia no mercado livre. A empresa ganhou escala nos últimos anos ao investir em projetos próprios de geração e ao ampliar sua base de clientes corporativos. Estratégia, inclusive, que pressionou o caixa em um ambiente de custos mais altos.
Segundo a decisão judicial, os questionamentos apresentados por credores sobre prazos, deságio e encargos financeiros não afastaram a viabilidade do plano. Nesse cenário, a recuperação judicial da 2W Ecobank segue como instrumento central para reorganizar passivos e preservar a operação.
Recuperação judicial da 2W Ecobank e os ativos estratégicos
Além da homologação do plano de recuperação judicial, a 2W Ecobank avançou em frentes paralelas de reorganização, que incluem:
- Aprovação, na segunda-feira (15), pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da transferência do projeto eólico Anemus Wind para o BTG Pactual, como execução de garantia;
- Manutenção do parque Anemus Wind no Rio Grande do Norte, com capacidade instalada de 138,6 megawatts, sob controle indireto da 2W por meio das subsidiárias Anemus Wind 1, 2 e 3;
- Transferência anterior do parque eólico Kairós I, com 120 megawatts de capacidade, para a gestora norte-americana Darby;
- Oferta do projeto Anemus Wind como caução em operações financeiras realizadas com o BTG Pactual e a Sumitomo.
Os valores envolvidos nessas operações não foram divulgados pelas partes.
A recuperação judicial da 2W Ecobank começou em abril de 2025. Na petição inicial, a empresa apontou que a crise surgiu após uma expansão acelerada, com investimentos de R$ 2,2 bilhões em geração eólica. A execução dos projetos sofreu atrasos, aumento de custos e impactos diretos da insolvência da empreiteira Allonda.
Além disso, a companhia precisou comprar energia no mercado spot para honrar contratos, em um período de alta do PLD e de restrições impostas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Portanto, com a homologação do plano, a recuperação judicial da 2W Ecobank passa a definir o ritmo da reorganização financeira e da continuidade operacional da empresa.











