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Acordo Mercosul e UE é adiado após pressão de França e Itália

O acordo Mercosul e UE foi adiado para janeiro após pressão de França e Itália, enquanto Alemanha e Espanha defendem avanço do tratado comercial.
Lula e Ursula von der Leyen durante reunião entre Brasil e União Europeia
Lula e Ursula von der Leyen durante encontro que antecedeu o adiamento do acordo entre Mercosul e União Europeia. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O acordo entre o Mercosul e a UE (União Europeia) não será assinado na segunda-feira (20/12), após decisão comunicada nesta quinta-feira (18/12) pela Comissão Europeia a líderes do bloco. A presidente Ursula von der Leyen confirmou o adiamento durante a reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, e o acordo Mercosul e UE deve voltar à mesa apenas em janeiro, segundo AFP e Reuters.

A mudança ocorreu após França e Itália exigirem mais garantias ao setor agrícola, o que alterou o plano da União Europeia. O tratado vinha sendo preparado para assinatura ainda em dezembro, após negociação iniciada há mais de 25 anos.

Acordo Mercosul e UE sob pressão política

A França assumiu a linha mais dura dentro do bloco. O presidente Emmanuel Macron afirmou que o país não apoiará o texto sem novas salvaguardas aos agricultores franceses. Segundo ele, as condições atuais não atendem aos interesses do setor rural.

A Itália seguiu a mesma direção, embora com discurso mais flexível. A primeira-ministra Giorgia Meloni declarou que o país pode apoiar o tratado Mercosul–União Europeia caso receba respostas objetivas às demandas dos produtores italianos. Logo, a avaliação é de que o impasse pode ser resolvido rapidamente.

Divisão interna expõe impasse comercial europeu

Em sentido oposto, Alemanha, Espanha e países nórdicos defenderam o avanço do acordo fechado politicamente no ano passado. Para esses governos, o pacto amplia o comércio internacional e ajuda a reduzir a dependência europeia da China.

O chanceler alemão Friedrich Merz afirmou que a credibilidade da política comercial europeia depende de decisões imediatas. Além disso, o acordo é visto como alternativa diante de tarifas dos Estados Unidos e da busca por novos mercados e minerais estratégicos.

O tratado prevê redução de tarifas, regras comuns para bens industriais e agrícolas, além de normas para investimentos e padrões regulatórios. Portanto, a estimativa é de impacto sobre cerca de 722 milhões de pessoas, com um fluxo econômico de aproximadamente US$ 22 trilhões.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Mercosul segue disposto a concluir o acordo, mesmo reconhecendo vantagens maiores para a Europa. Segundo ele, o acordo Mercosul e UE tem peso político ao reforçar o multilateralismo em um cenário global mais fragmentado.

Tratado Mercosul-União Europeia em novo compasso

No curto prazo, a expectativa é de retomada das discussões em janeiro, com a Comissão Europeia buscando acomodar as pressões agrícolas. O pacto Mercosul-UE segue no centro da agenda econômica global, enquanto o bloco sul-americano mantém postura conciliadora. Dessa forma, o desfecho indicará até que ponto a União Europeia consegue alinhar política interna e estratégia externa.

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