Divulgada mais cedo nesta quinta-feira (18/12), a inflação nos EUA veio abaixo das projeções do mercado e passou a reorientar as expectativas sobre a política monetária global. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) mede a variação dos preços pagos pelas famílias norte-americanas. Em novembro, o índice avançou 2,7% em 12 meses, abaixo da estimativa média de 3,1%.
Com o dado já assimilado, o foco do mercado se desloca para os efeitos dessa leitura inflacionária sobre as decisões do Federal Reserve (Fed) e o comportamento dos ativos globais. Embora o índice ainda permaneça acima da meta de 2% ao ano, o resultado reforça a percepção de que o aperto monetário vem produzindo efeitos. Por isso, investidores passaram a sustentar apostas mais consistentes de cortes de juros ao longo de 2026.
Além disso, esta foi a primeira divulgação do Índice de Preços ao Consumidor desde o fim do shutdown do governo dos EUA, em um momento sensível para o acompanhamento da inflação nos EUA. Devido à paralisação, o Departamento do Trabalho incorporou os dados de outubro ao relatório de novembro, após dificuldades na coleta das informações no período.
Inflação nos EUA e os efeitos sobre juros e política monetária
Nesse ambiente, o ajuste de expectativas se refletiu nos mercados logo após a divulgação do CPI. As bolsas europeias avançaram, enquanto os futuros de ações nos Estados Unidos operaram em alta, sinalizando maior apetite por risco. No câmbio, o dólar mostrou enfraquecimento inicial. Ao mesmo tempo, no mercado de commodities, o petróleo acumulou o segundo dia consecutivo de alta, em meio a preocupações com a oferta.
O cenário internacional adiciona novas camadas a essa leitura. Após o Banco Central Europeu manter os juros inalterados, cresce a expectativa de que o Banco Central do Japão promova uma elevação da taxa básica nesta sexta-feira (19/12), sinalizando uma possível inflexão na política monetária japonesa após anos de estímulos.
Na semana passada, o Comitê Federal de Mercado Aberto reduziu os juros em 0,25 ponto percentual. Dessa forma, a inflação nos EUA passa a ser um dos principais vetores de leitura para os próximos movimentos do Fed. O foco está no equilíbrio entre controle de preços, crescimento econômico e estabilidade financeira.











