O preço da carne bovina mantém trajetória de alta no fim de 2025, impulsionado pela demanda típica do período de festas, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP divulgados nesta quinta-feira (18/12). O aumento do consumo doméstico, sobretudo de cortes destinados ao churrasco, sustenta os reajustes no varejo e reforça a valorização observada desde outubro.
Nesse cenário, supermercados e açougues operam com maior giro de estoques, o que contribui para ajustes frequentes nos preços ao consumidor. Além disso, a concentração das compras em cortes mais valorizados amplia a pressão sobre o preço da carne bovina, fenômeno recorrente no último trimestre do ano.
Traseiro e ponta de agulha puxam preço da carne bovina no varejo
De acordo com o Cepea, a carcaça casada (composta por traseiro, dianteiro e ponta de agulha) registra aumento de preços no varejo, com destaque para o traseiro e a ponta de agulha. Esses segmentos ganham maior participação nas vendas por atenderem tanto ao consumo doméstico quanto às preparações típicas das confraternizações de fim de ano.
O dianteiro, formado por cortes de menor valor agregado, também apresenta valorização, porém em ritmo mais contido. Esse comportamento acompanha a preferência do consumidor por peças mais nobres, fator que influencia diretamente o preço da carne bovina nesta etapa do calendário.
Cortes para churrasco lideram os reajustes
Entre outubro e a semana encerrada em 12 de dezembro, os principais cortes desossados usados em churrasco acumularam altas expressivas, segundo levantamento do Cepea:
- Picanha: +21,5%
- Maminha: +11,2%
- Fraldinha: +12,8%
Os dados refletem a intensificação da demanda doméstica e ajudam a explicar a sustentação do preço da carne bovina no encerramento do ano.
Enquanto isso, de acordo com o Cepea, o mercado do boi gordo opera em ritmo mais lento. Frigoríficos mantêm escalas de abate preenchidas até o início de janeiro, reduzindo novas compras. Do lado da oferta, pecuaristas adiam negociações, seja por já terem concluído vendas em 2025, seja pela expectativa de preços mais elevados em 2026. Portanto, esse conjunto mantém o preço da carne bovina elevado no curto prazo.











