A Companhia Siderúrgica Nacional – CSN vende participação na MRS Logística ao concluir a transferência de 11,17% do capital da concessionária para a CSN Mineração, em operação de R$ 3,35 bilhões. A transação altera a estrutura societária do grupo e redefine a alocação de seus ativos logísticos.
A operação ocorreu entre empresas do mesmo conglomerado e foi divulgada em fato relevante pela MRS. Com isso, a participação direta da CSN caiu para 7,59%. Em contrapartida, a CSN Mineração passou a deter 29,91% da ferrovia.
Pelo preço implícito do negócio, o mercado atribui à MRS um valor próximo de R$ 30 bilhões. Esse cálculo indica que a fatia originalmente detida pela CSN alcançaria cerca de R$ 5,6 bilhões, segundo estimativas baseadas na operação.
CSN vende participação e ajusta estrutura financeira
A venda foi estruturada em duas etapas. A primeira, já concluída, concentrou a maior parte das ações. A segunda envolve aproximadamente 2% do capital e depende do cumprimento de condições previstas em contrato.
Segundo leitura de mercado, a CSN Mineração apresenta posição de caixa mais confortável que a holding. Dessa forma, a subsidiária atua como fonte de liquidez interna, enquanto a controladora busca reforçar caixa e reduzir alavancagem financeira.
O negócio também confirma sinalização feita ao mercado no mês anterior. Na ocasião, a CSN informou que negociava a alienação de uma fatia da MRS, sem divulgar percentuais ou valores, conforme mostrou o InvestNews.
CSN vende participação e concentra logística
Do ponto de vista operacional, a CSN vende participação para concentrar os ativos logísticos na mineradora. A MRS é peça-chave no escoamento do minério produzido no Complexo Casa de Pedra, em Congonhas (MG), até o porto de Itaguaí (RJ).
A reorganização se conecta ao plano de criação da CSN Infraestrutura. A nova empresa reunirá participações ferroviárias, terminais portuários e estruturas rodoviárias do grupo, com potencial de monetização nos próximos anos, segundo a estratégia divulgada.
A MRS opera cerca de 1,7 mil quilômetros de ferrovias em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Dessa forma, a concessionária figura entre os principais corredores logísticos do país para minério, carvão e produtos siderúrgicos, além de contar com acionistas como Vale, Usiminas e Gerdau.
Reconfiguração da participação logística
Ao optar pela alienação interna da fatia, a CSN vende participação sem perder influência estratégica sobre a ferrovia. Além disso, a decisão aponta para uma gestão mais integrada entre mineração e logística, enquanto o grupo prepara seus ativos para futuras alternativas financeiras.











