O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tratou a taxação dos EUA ao Brasil, que impôs tarifa de 40% sobre produtos brasileiros, como um fator de baixo peso no balanço do ano. Ele fez a avaliação nesta terça-feira (23/12), durante cerimônia no Palácio do Planalto, ao comentar o cenário econômico e político do país.
Segundo Lula, o encerramento do ano ocorre em ambiente mais favorável para a população, com queda no preço dos alimentos e recuperação do acesso ao consumo. Na visão do presidente, mesmo medidas adotadas por parceiros comerciais não alteraram a trajetória interna observada nos últimos meses.
Taxação dos EUA ao Brasil e o período de tensão diplomática
A taxação dos EUA ao Brasil foi anunciada entre julho e agosto, período marcado por maior tensão nas relações entre os dois países. À época, o governo norte-americano anunciou tarifas sobre produtos brasileiros em meio a críticas ao processo da trama golpista analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O contexto institucional ganhou peso adicional quando os Estados Unidos aplicaram a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. A medida foi justificada por Washington como resposta a supostas violações de direitos, mas acabou revista em 12/12, quando Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, foram retirados da lista.
Reaproximação política após o atrito comercia
Apesar do cenário inicial de atrito, a relação bilateral passou por um processo de distensão ao longo do segundo semestre. Em setembro, Lula e Donald Trump se encontraram durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), quando o norte-americano afirmou que houve “química excelente” entre os dois.
No início de dezembro, após uma ligação telefônica, Trump voltou a adotar tom amistoso ao comentar o diálogo com o presidente brasileiro. Ele relatou que a conversa abordou temas como comércio e sanções, destacando o bom nível de interlocução mantido entre os dois governos.
Leitura política da taxação americana
Na avaliação de Lula, a cobrança tarifária dos EUA sobre o Brasil não produziu efeitos capazes de alterar o quadro econômico doméstico nem comprometer o fechamento do ano. O presidente associa essa leitura ao comportamento dos preços e à normalização do consumo interno.
Do ponto de vista diplomático, a narrativa mostra que o governo brasileiro absorveu a taxação dos EUA ao Brasil no campo da negociação política. O cenário internacional segue marcado por disputas comerciais. Também há pressões institucionais relevantes. Diante disso, o governo prioriza o diálogo. Ao mesmo tempo, preserva canais diplomáticos. Novos ajustes na relação bilateral não estão descartados.











