Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Mercado de computação em nuvem se concentra e reforça poder das big techs

Serviços de computação em nuvem seguem concentrados em poucas empresas globais, elevando riscos sistêmicos e levando o governo brasileiro a investir em infraestrutura própria.
Serviços de computação em nuvem usados por empresas e governos
Serviços de computação em nuvem sustentam operações críticas de empresas, bancos e órgãos públicos.

Os serviços de computação em nuvem, dominados pelas big techs Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud, operam hoje sob forte concentração, com essas três empresas reunindo mais de 60% do mercado global, segundo dados consolidados de 2025. A estrutura do setor, marcada pela liderança desse grupo restrito de provedores, reforça a dependência de infraestruturas privadas em áreas centrais da economia digital, em um ambiente regulatório ainda em adaptação desde a Portaria nº 5.950, publicada em (10/2023).

A AWS concentra cerca de 30% da infraestrutura global de nuvem, seguida por Azure, com 20%, e Google Cloud, com 13%. Alibaba e Oracle ficam abaixo de 5%, o que reduz alternativas em escala para empresas e governos que dependem desses serviços.

Essa concentração ganhou atenção após uma falha técnica recente da Cloudflare, empresa responsável pela intermediação e distribuição de conteúdo online. O episódio afetou plataformas como X, ChatGPT, Amazon, Spotify e o portal Gov.br, além de bancos como Bradesco e Banco do Brasil. O impacto se espalhou rapidamente porque a Cloudflare responde por cerca de 25% do tráfego mundial da internet e atende aproximadamente 24 milhões de serviços online, ampliando o efeito em cadeia quando ocorrem interrupções.

Serviços de computação em nuvem e risco sistêmico

Para o advogado Luiz Augusto D’Urso, presidente da Comissão Nacional de Cibercrimes da Abracrim, a dependência de empresas estrangeiras para serviços públicos sensíveis amplia a exposição institucional. Ele avalia que conflitos comerciais ou políticos podem gerar incertezas adicionais sobre controle de dados, sobretudo quando órgãos públicos utilizam infraestruturas privadas fora do país.

O especialista compara o episódio da Cloudflare a falhas do setor em 2019 e 2022, além do caso CrowdStrike no ano passado. Segundo ele, quando poucas corporações concentram funções essenciais da internet, falhas técnicas ganham escala e atingem bancos, hospitais, empresas aéreas e sistemas governamentais.

Resposta do Estado à concentração digital

Nesse contexto, o governo federal estruturou a chamada Nuvem de Governo, operada por Serpro e Dataprev, com investimento superior a R$ 1 bilhão. O modelo atende mais de 250 órgãos do Executivo Federal e prioriza dados de sigilo fiscal, bancário, comercial e empresarial. Órgãos vinculados ao Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) devem migrar informações classificadas para essa infraestrutura, salvo decisão justificada do Comitê de Governança Digital.

O Ministério da Gestão e da Inovação afirma que o modelo garante soberania sobre dados públicos, com data centers localizados no Brasil e controle operacional por empresas públicas. Não há exigência de interoperabilidade entre órgãos, e a adesão é permitida a diferentes esferas e poderes, embora a obrigatoriedade se concentre no âmbito federal.

Infraestrutura em nuvem e tecnologia nacional

Gabriel Gomes de Oliveira, do IEEE e da FEEC-Unicamp, afirma que a inteligência artificial reforça o poder das grandes provedoras globais. Ele aponta que a concentração também afeta a capacidade de cobrança e acesso de países com menor poder tecnológico.

Segundo o professor, o fortalecimento de soluções nacionais e parcerias públicas aparece como alternativa para reduzir a dependência dos serviços de computação em nuvem globais. Além disso, a estratégia combina concorrência regulada, financiamento público e desenvolvimento tecnológico, diante do peso da infraestrutura digital na segurança econômica.

LinkedIn
Acesse nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Leia Também
Conteúdo Patrocinado
Conteúdo Patrocinado Anúncio BS Cash
Conteúdo PatrocinadoAnúncio Prime Plus
Conteúdo Patrocinado M Dias Branco
Conteúdo Patrocinado Anúncio Grupo New
Conteúdo Patrocinado Anúncio BS Cash
Conteúdo PatrocinadoAnúncio Prime Plus
Conteúdo Patrocinado M Dias Branco
Conteúdo Patrocinado Anúncio Grupo New
Conteúdo Patrocinado
Conteúdo PatrocinadoAnúncio Prime Plus
Conteúdo Patrocinado Anúncio Grupo New
Conteúdo Patrocinado M Dias Branco
Conteúdo Patrocinado
Conteúdo Patrocinado Anúncio BS Cash
Conteúdo Patrocinado
Conteúdo Patrocinado Anúncio Grupo New
Conteúdo Patrocinado Anúncio BS Cash
Conteúdo Patrocinado M Dias Branco
Conteúdo PatrocinadoAnúncio Prime Plus