A transição da reforma tributária começou a ganhar contornos práticos após decisão da Receita Federal ao estabelecer um período inicial sem aplicação de multas. A medida vale para 2026 e busca permitir ajustes operacionais antes da plena vigência do novo sistema.
Segundo a Receita Federal do Brasil (RFB), em conjunto com o Comitê Gestor, as empresas terão três meses para adequar obrigações acessórias, emissão de documentos fiscais eletrônicos e rotinas ligadas ao novo modelo. O prazo cobre procedimentos relacionados ao IBS e à CBS, tributos centrais do sistema.
Para especialistas, o intervalo funciona como um período de transição tributária técnica, e não apenas formal. Em entrevista à CNN, Andressa Gomes, coordenadora do MBA de Gestão Tributária da Fipecafi, afirma que o principal desafio está na adaptação dos sistemas internos e no entendimento das operações empresariais.
Transição da reforma tributária e ajustes operacionais
De acordo com Andressa, a mudança exige revisão da formação de preços, integração de dados e atualização de processos fiscais. Ela destaca que empresas de todos os portes e regimes, como Simples Nacional, lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado, precisam se preparar.
Além da tecnologia, a governança corporativa entra no centro do debate. Áreas como fiscal, jurídica, contábil e operacional passam a atuar de forma integrada. Esse redesenho interno, segundo a especialista, demanda planejamento e alinhamento estratégico.
Riscos competitivos no novo sistema de impostos
Encerrado o prazo sem penalidades, a fiscalização passa a aplicar multas por descumprimento. No entanto, Andressa alerta para um risco adicional: a perda de competitividade. Empresas que concluírem a fase de transição fiscal antes tendem a operar com maior previsibilidade.
A diferença, segundo a avaliação técnica, aparece na gestão do crédito tributário, no controle do custo operacional e na resposta às exigências do novo sistema de consumo. A adaptação tardia pode afetar contratos e relações com fornecedores.
Adaptação ao novo sistema tributário
No campo da preparação, a recomendação central envolve capacitação profissional. Andressa defende treinamento contínuo das equipes fiscais, jurídicas e contábeis, além do mapeamento detalhado das operações por setor, seja indústria, comércio ou serviços.
Nesse contexto, a transição da reforma tributária funciona como um teste operacional para 2026. A Receita Federal avalia que o período reduz riscos de autuações iniciais e amplia a conformidade no médio prazo.
Ao final do processo, a transição do sistema tributário tende a redefinir padrões de compliance no país. Empresas que anteciparem ajustes entram em 2026 com maior previsibilidade regulatória e menor exposição a passivos fiscais.











