O dólar em alta marcou o início da semana no mercado brasileiro e chegou a R$ 5,5755 na manhã desta segunda-feira (29/12), em um pregão de baixa liquidez típico do fim de ano. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,28%, aos 160.453 pontos, refletindo ajustes pontuais de posição.
O ambiente mais esvaziado reduz a profundidade dos negócios e amplia a sensibilidade dos preços.
Na sexta-feira anterior, o dólar havia fechado em R$ 5,5438, com leve avanço de 0,16%, enquanto o principal índice da bolsa subiu 0,27%, aos 160.897 pontos. Ainda assim, o movimento desta segunda-feira reforça a cautela dos investidores na reta final do ano.
Dólar em alta e o cenário internacional
No exterior, o noticiário geopolítico contribui para a postura defensiva. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar próximo de um plano de paz para a Ucrânia, embora reconheça entraves relevantes nas negociações. A Rússia condiciona o avanço a exigências territoriais, enquanto a Ucrânia busca garantias de segurança mais longas.
Além disso, os mercados acompanham a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve. O banco central americano reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, o menor nível desde setembro de 2022. Agora, os investidores buscam sinais sobre o ritmo de novos cortes.
Esse pano de fundo pressiona moedas emergentes e sustenta o dólar em alta, especialmente em sessões com menor volume global.
Dólar em alta e a leitura do mercado doméstico
No Brasil, dados recentes ajudam a calibrar expectativas. O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou nova redução na projeção de inflação para 2025, agora em 4,32%, e leve recuo para 2026, a 4,05%. As revisões indicam alívio gradual no horizonte inflacionário.
Ainda nesta semana, o mercado acompanha indicadores de emprego. O IBGE divulga a taxa de desemprego de novembro, enquanto o Ministério do Trabalho publica o Caged, que mede o emprego formal. Os números podem influenciar expectativas sobre atividade econômica e política monetária local.
No acumulado, o dólar sobe 0,27% na semana e 3,91% no mês, mas ainda registra queda de 10,29% no ano. Já o Ibovespa acumula alta de 33,76% em 2025, apesar das oscilações recentes.
Volatilidade no fechamento do ano
Com menos participantes ativos e agenda internacional carregada, o dólar em alta reflete um mercado mais reativo a manchetes do que a fundamentos novos. Esse padrão tende a persistir até a normalização da liquidez, mantendo a volatilidade como principal característica dos últimos pregões do ano.











