A propriedade compartilhada de aeronaves avança no Brasil após a regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) no Brasil. A mudança abriu espaço para novos modelos de negócio, como o da Amaro Aviation, fundada por Marcos Amaro, filho do comandante Rolim, criador da TAM. A empresa recebeu nesta semana seu primeiro jato executivo, o Pilatus C-24, inaugurando um modelo de aquisição coletiva que promete transformar a aviação executiva nacional.
O sistema permite que até oito cotistas dividam a posse e o uso de uma mesma aeronave, reduzindo custos de aquisição e manutenção. Cada cota do Pilatus C-24 custa US$ 1,7 milhão, e o cotista paga apenas pelo tempo de voo utilizado. Para quem busca uma opção mais acessível, a empresa oferecerá o modelo Pilatus C-12, com cotas de US$ 800 mil, ambos capazes de operar em pistas não pavimentadas, que representam 43% das 4.400 pistas do país.
Amaro Aviation aposta em novo formato da aviação executiva
Inspirada em modelos internacionais como o da NetJets, controlada por Warren Buffett, a Amaro Aviation pretende consolidar o formato de propriedade compartilhada de aeronaves no país. A companhia já iniciou a formação de uma frota voltada a empresários e executivos que desejam mais autonomia sem arcar com os custos de operação integral. A adesão de investidores e pilotos experientes reforça a expectativa de crescimento do segmento, ainda inexplorado por grandes players estrangeiros.
A empresa também prepara serviços complementares, como o gerenciamento de frota para proprietários de jatos particulares e um futuro serviço de táxi aéreo executivo. A base das operações será o Aeroporto São Paulo Catarina, em São Roque (SP), empreendimento da JHSF que recebeu autorização da ANAC para voos internacionais e conta com pista de 2,4 km — meio quilômetro maior que a de Congonhas — e terminal de padrão internacional projetado pela Triptyque Architecture.
Aviação executiva e o avanço da infraestrutura brasileira
A chegada da Amaro Aviation ocorre em um momento de expansão da aviação executiva, impulsionada pelo aumento da demanda por viagens rápidas e seguras. Segundo especialistas, a propriedade compartilhada de aeronaves tende a estimular o uso de aeroportos regionais e investimentos em infraestrutura aeroportuária. O modelo também cria oportunidades para a cadeia de manutenção, seguros e formação de pilotos especializados.
Novo horizonte para o compartilhamento de jatos
O avanço do modelo mostra como o Brasil começa a adotar práticas já consolidadas em mercados maduros, integrando inovação, regulação e eficiência operacional. A propriedade compartilhada de aeronaves representa um passo importante para ampliar o acesso à aviação executiva e fortalecer a indústria aeronáutica nacional, aproximando o país das tendências globais de mobilidade aérea corporativa.
Confira no vídeo do canal Aero o voo inaugural:









