*Coluna por Luís Henrique Alencar, 21/04/2022
Partindo do pressuposto de que os negócios são criados para auferir lucro, pergunto: como deveria ser feita a gestão de lucros das empresas? O que deveria ser analisado? Quais variáveis impactam o lucro? Partindo da raiz, o lucro, nada mais é, do que a diferença entre as receitas auferidas e os gastos incorridos, tomando como base um determinado período. Receitas, notadamente, provenientes das vendas dos produtos ou serviços fins da empresa e gastos, de igual maneira, relativos à operação, a sua atividade fim.
Antes mesmo de entrarmos no universo dos lucros, digo, inclusive, que uma vez compreendido é um caminho sem volta, cito uma frase, de autor que desconheço: “o óbvio só é óbvio para os olhos preparados”. A razão de citar esta frase se dá por um motivo óbvio, o lucro tem cálculo simples e é facilmente entendido, porém o domínio do fluxo do lucro requer dedicação, conhecimento e, principalmente, gestão.
Um passo crucial para dominar o fluxo do lucro é conhecer quais movimentos financeiros e mercadológicos interferem no seu comportamento. E aqui estão eles: aumento ou diminuição dos preços, aumento ou diminuição da quantidade vendida e aumento ou diminuição dos gastos.
Aumentar o preço, se considerado somente o viés financeiro, impacta positivamente os lucros, embora não na totalidade do aumento. Já se considerado o viés mercadológico, por exemplo, o aumento do preço pode impactar negativamente o lucro da operação. Assim, afirmar que para aumentar os lucros é necessário vender mais, não é uma verdade absoluta.
Aumentar o volume das quantidades vendidas é uma boa estratégia para aumentar os lucros, do ponto de vista mercadológico. Porém, do ponto de vista financeiro, pode não ser a melhor se houver a necessidade de aumentar, também, a estrutura de gastos fixos, o que impactaria, diretamente, no custo unitário do produto ou serviço comercializado.
Reduzir os gastos, essa sim, é uma boa opção do ponto de vista financeiro, mas que também pode ter impacto do ponto de vista mercadológico se forem reduzidos gastos estratégicos, ou seja, aqueles que ajudam a aumentar a receita ou diminuir outros gastos.
Outro ponto relevante sobre o fluxo dos lucros, é compreender que para cada venda feita com o preço aumentado ou para cada quantidade vendida a mais, os “além” não são, em sua totalidade, lucro. A causa é simples: toda venda tem seus gastos inerentes, notadamente, os gastos que viabilizam fiscalmente a operação e gastos de cunho comercial. Ou seja, somente uma porção do incremento é lucro. Quando há redução de gastos o “vice-versa” não se aplica. Toda redução de gasto representa um aumento de igual valor aos lucros.
Acredito que esta coluna trará uma percepção, no mínimo, diferente de como deveria ser a gestão de lucros de uma empresa. Como organismo vivo, uma empresa está interligada em todos os aspectos. Fazer um movimento, por mais simples que seja, impacta, sem dúvida, no resultado do período. E, por essa razão, compreender, ou melhor, dominar o fluxo dos lucros é vital.
Seja bem-vindo(a) ao mundo dos lucros!
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB.