A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou os resultados do 6º Levantamento da Safra de Grãos, indicando que a produção nacional de grãos na safra 2022/23 pode atingir 309,9 milhões de toneladas. Desse total, quase metade vem das lavouras de soja, com uma colheita esperada de cerca de 151,4 milhões de toneladas.
Se confirmada, essa produção representará um aumento de 20,6% em relação ao período anterior e indicará uma recuperação na produtividade das lavouras, que foram afetadas pelas condições climáticas adversas em 2021/22. No entanto, a Conab alerta que houve uma variação negativa de 1% em relação ao último anúncio, devido aos danos causados pela estiagem no Rio Grande do Sul em fevereiro.
Apesar disso, a perda foi compensada em parte pelos ganhos observados em Tocantins, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. A colheita está avançando em todas as regiões produtoras, embora em um ritmo mais lento do que na safra anterior, explicado por causas específicas, como o excesso de chuvas e as precipitações durante a colheita.
Em algumas áreas, o plantio da soja foi realizado de forma tardia, enquanto em outras regiões, a temperatura mais baixa teve um impacto no desenvolvimento do grão, alongando o ciclo da cultura. Esse atraso traz impactos na semeadura do milho 2ª safra, que já semeou 63,6% da área prevista em todo o país. A Conab projeta um crescimento na produção de 11,3%, podendo chegar a 95,6 milhões de toneladas.
No entanto, a semeadura fora da janela ideal pode aumentar os riscos durante o desenvolvimento das lavouras, e não há garantia de como a cultura irá se desenvolver em condições climáticas adversas. Na primeira safra do cereal, a colheita esperada é de cerca de 26,76 milhões de toneladas, 6,9% acima da safra 2021/22.
O algodão, outra importante cultura de 2ª safra, já está completamente semeado, com um aumento de 4% na área e expectativa de colheita de 2,78 milhões de toneladas de pluma. Para o arroz, a produção é estimada em 9,9 milhões de toneladas, 8,4% inferior ao volume produzido na safra passada devido à redução de área e condições climáticas adversas, especialmente no Rio Grande do Sul, o maior estado produtor. No caso do feijão, a Conab estima uma colheita de 2,92 milhões de toneladas, somando as três safras.
