Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, avalia que a possibilidade de o banco central dos EUA suspender o processo de alta de juros e os problemas no sistema bancário americano ainda não são motivos para um corte na taxa básica de juros no Brasil.
Ele lembra que em 2011, o Banco Central brasileiro tomou essa medida após anunciar um aumento da taxa básica e o resultado foi um aumento na inflação. Mesquita acrescenta que uma pausa no processo de alta nos EUA não seria suficiente para mudar a política monetária no Brasil, embora esses fatores devam ser considerados pelo Banco Central na avaliação do impacto para a inflação.
O Itaú projeta um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos EUA na próxima semana e acredita que a taxa chegará a 5,75% este ano, sem cortes antes de 2024. Mesquita argumenta que o cenário de crédito no Brasil não justifica um corte de juros, pois embora haja uma desaceleração nos empréstimos, a inadimplência das pessoas físicas está melhorando.
Ele aponta que somente se episódios recentes, como a crise da Lojas Americanas, afetarem a desaceleração do crédito, pode haver mudanças na perspectiva para a inflação e para a política monetária. No entanto, Mesquita afirma que isso ainda é mais um risco do que uma realidade concreta neste momento.