Apesar das críticas do governo, o Comitê de Política Monetária opta pela manutenção da taxa básica de juros em meio a turbulências no sistema bancário global.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (22) a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, mesmo diante das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministros do governo ao atual nível da taxa de juros. A decisão ocorreu em meio a turbulências no sistema bancário global e levou em conta fatores domésticos e internacionais.
O Brasil permanece no topo do ranking global de juros reais, de acordo com dados compilados pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management. Descontando a inflação esperada para os próximos 12 meses, de 5,56%, os juros reais ficaram em 6,94%, mantendo o país à frente de México, Chile, Filipinas e Indonésia.
O último aumento da taxa básica de juros brasileira ocorreu em junho de 2022, quando o país iniciou um ciclo de alta para conter a inflação. O Copom interrompeu essa sequência em setembro de 2022, depois de aplicar o mais agressivo choque desde a adoção do sistema de metas para inflação, em 1999.
Ao longo de 12 aumentos consecutivos entre março de 2021 e agosto do ano passado, a taxa básica subiu 11,75 pontos percentuais, saindo de seu piso histórico de 2% até atingir o nível atual de juros. A decisão de manter a Selic inalterada evidencia a cautela do Copom frente às incertezas no cenário econômico global e a necessidade de monitorar o comportamento da inflação no país.









