A confiança do setor industrial do Japão vem apresentando um declínio pelo quinto trimestre consecutivo, atingindo o menor nível desde dezembro de 2020. Esse cenário é reflexo do impacto da alta dos preços de matérias-primas e de energia e das preocupações sobre a desaceleração da economia global.
O relatório “Tankan”, divulgado trimestralmente pelo Banco do Japão (BoJ), apresentou uma queda no principal índice de sentimento de grandes fabricantes, que passou de 7 em dezembro para 1 em março. Esse índice reflete o percentual de empresas japonesas que descreveram as condições de negócios como favoráveis menos as que relataram condições desfavoráveis.
O relatório do BoJ ainda mostrou que a confiança das empresas de médio e pequeno porte também caiu no mesmo período, apesar de ter se recuperado em comparação com a baixa recorde registrada em setembro de 2020, no início da pandemia de COVID-19.
De acordo com o BoJ, a piora na confiança das empresas japonesas foi atribuída principalmente à escassez global de chips e à inflação crescente dos preços das matérias-primas, como o aço e o petróleo. Esses problemas têm sido agravados pela pandemia, que aumentou os custos de transporte e atrasou a produção em todo o mundo.
Além disso, as preocupações com a desaceleração da economia global têm crescido, principalmente em relação à recuperação lenta da Europa e dos Estados Unidos em meio à pandemia.
Por fim, cabe destacar que a queda na confiança das empresas japonesas pode ter um impacto significativo na economia do país, que depende fortemente das exportações de produtos manufaturados. O governo japonês e o BoJ terão que implementar medidas para estimular o crescimento econômico e apoiar as empresas em meio aos desafios enfrentados atualmente.
