Os Estados Unidos e a China, donos das duas maiores economias do planeta, estão em uma disputa pelo lítio na América Latina. O interesse da região se concentra principalmente nas reservas de três países: Bolívia, Argentina e Chile, que possuem boa parte do estoque mundial do mineral, ao lado de China, Austrália e Canadá.
O lítio é uma matéria-prima crucial na transição energética global, já que é um componente das baterias de íon-lítio utilizadas em carros elétricos e outros sistemas de armazenamento de energia. A Agência Internacional de Energia (AIE) projeta que a demanda pelo mineral aumentará cerca de 400% até 2040.
A disputa por minerais essenciais para uma energia mais limpa, que incluem também níquel e cobre, é a nova fronteira do duelo geopolítico entre as duas potências globais. A China, que já possui uma reserva relevante de lítio e produz cerca de três quartos das baterias de íon-lítio no mundo, tem feito parcerias com países latino-americanos para produção local de suprimentos. Enquanto isso, os EUA tentam correr atrás do prejuízo priorizando um plano para formar uma cadeia de abastecimento mineral para suas companhias.
Apesar de não possuir uma reserva significativa de lítio como seus vizinhos, o Brasil abriga a produção da canadense Sigma Lithium em uma mina em Minas Gerais. A empresa obteve recentemente a licença para iniciar suas operações e deve começar a produzir o metal ainda neste mês, que será exportado em seguida. Em fevereiro, as ações da Sigma dispararam 22% na Bolsa do Canadá após a agência Bloomberg ter reportado o interesse da Tesla em adquirir a companhia.