Guilherme Chagas Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração da Gerdau há três anos, expressa sua preocupação com o futuro do Brasil. Como membro da quinta geração da família a presidir o conglomerado de 122 anos, que alcançou uma receita líquida recorde superior a R$ 82 bilhões no ano passado, ele aponta os riscos de estagnação do país.
O empresário destaca a incapacidade de crescimento do Brasil e a dificuldade em dar continuidade a políticas públicas bem-sucedidas, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Ele menciona a lei de competitividade do gás, a do saneamento e a lei das estatais como exemplos.
Além disso, ressalta as dificuldades na aprovação da reforma tributária e de outras reformas necessárias ao país, o que cria um ambiente de incertezas para os negócios.
Guilherme acredita que o Estado brasileiro esgotou sua capacidade de investimento e defende a criação de um ambiente regulatório sólido para estimular o setor privado a investir mais. Ele destaca a importância da União em aliar sua baixa capacidade de investimento, principalmente na área de infraestrutura, para evitar a estagnação do país.
Ele questiona a estagnação do setor industrial, afirmando que talvez ele seja um grande motor de crescimento subutilizado. “O setor industrial está perdendo relevância no Brasil”, afirmou.
Guilherme ressalta que a reforma tributária provavelmente será a maior alavanca para revigorar o setor industrial, pois há um impacto de 6% a 7% de resíduo tributário nas exportações. Segundo ele, a reforma poderia eliminar esses entraves. O Instituto de Desenvolvimento Industrial (Iedi), do qual Guilherme é membro, também tem destacado essa questão com veemência.