As ações do Magazine Luiza registraram uma queda expressiva de 22% nesta terça-feira. O movimento ocorreu após a divulgação de um resultado trimestral significativamente abaixo das expectativas do mercado, sem perspectivas otimistas apresentadas pela companhia para o curto prazo.
Resultados financeiros preocupam o mercado
Até o dia anterior à queda, os papéis do Magazine Luiza figuravam entre os mais valorizados do ano, com alta acumulada de quase 60%. Esse desempenho estava atrelado à visão dos investidores de que a empresa poderia se beneficiar da crise envolvendo a Americanas. Contudo, a queda recente reduziu o crescimento acumulado em 2023 para 30%.
Em números, a varejista reportou um prejuízo de R$ 391,2 milhões no primeiro trimestre de 2023. Esse resultado representa uma deterioração significativa em comparação ao prejuízo de R$ 161,3 milhões no mesmo período de 2022. Entre os fatores que pesaram no desempenho da empresa, destacam-se:
- Altas despesas financeiras: O aumento dos juros elevou os custos de financiamento, especialmente na antecipação de recebíveis de cartões de crédito.
- Retorno do Difal (Diferencial de Alíquota de ICMS): A empresa começou a sentir o impacto desse imposto em 2023, optando por não repassar integralmente o aumento aos consumidores no primeiro trimestre.
Cenário desafiador para o varejo
Com os desafios fiscais e de financiamento, o setor varejista enfrenta um teste importante: a capacidade de repassar custos aos consumidores sem prejudicar as vendas.
Durante teleconferência com investidores, Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, destacou que a participação de mercado da companhia cresceu 6 pontos percentuais no trimestre, com aumento nas vendas em todos os canais. Segundo ele, esses resultados podem estar ligados aos desdobramentos da crise da Americanas.
Para os próximos meses, as ações do Magazine Luiza estarão no radar do mercado, à medida que investidores avaliam os desdobramentos desses fatores e a capacidade da empresa de recuperar sua trajetória de crescimento.
