Buscando superar uma crise financeira sem demitir aproximadamente 3,8 mil funcionários ou fechar as unidades de Uruburetama, Itapajé e Pentescoste, no Norte do Estado do Ceará, a Paquetá The Shoe Company, com sede no Rio Grande do Sul, assinará um termo de compromisso com o Governo do Ceará. O compromisso reforça a intenção da empresa de manter suas operações e preservar empregos em meio a tempos desafiadores.
De acordo com OPOVO, a empresa se comprometerá a proteger os empregos de cerca de 3,8 mil funcionários nas unidades do Ceará. A unidade de Uruburetama, que emprega cerca de 1.000 pessoas, sua produção é totalmente voltada à exportação.
Acordo
O anúncio do acordo estava inicialmente agendado para ocorrer ontem à tarde, conforme informações do secretário de Desenvolvimento do Ceará, Salmito Filho. Entretanto, devido ao prolongamento de uma reunião sobre o hub de hidrogênio, o anúncio foi reagendado.
A Paquetá tem enfrentado um processo de recuperação judicial desde 2019, com uma dívida estimada em R$ 428 milhões. Este ano, pela primeira vez, a empresa teve que parcelar os salários de seus 7,5 mil funcionários em todas as unidades de fabricação e varejo no Brasil.
Aquisição
Segundo informações do mercado, os controladores da empresa estariam em negociação de venda das lojas para o grupo Oscar Calçados, de São Paulo. O recurso adquirido pela venda poderá ser utilizado para sanear as finanças da parte industrial. Se for batido o martelo pelas empresas, a aquisição ainda precisa de aprovação de credores e de autorização da Justiça.
Fundado há 40 anos, o Grupo Oscar conta com mais de 100 lojas atualmente, além da operação de venda online. A empresa comercializa calçados, roupas e acessórios. As unidades ficam localizadas no interior de São Paulo, Vale do Paraíba, Triângulo Mineiro, Joinville (SC), Alagoas e Paraíba.
Histórico
A Paquetá, fundada em 1945, é uma empresa com cinco unidades produtivas no Brasil e uma extensa rede de varejo, incluindo mais de 150 lojas e mais de 80 franquias nacionais e internacionais.
Em 2019, enfrentou dificuldades financeiras e solicitou recuperação judicial devido a uma dívida de R$ 638,5 milhões. Durante esse processo, contou com a consultoria Galeazzi e o escritório de João Pedro Scalzilli. A empresa demitiu 600 funcionários e encerrou operações de fábricas na República Dominicana e Argentina.
Em 2022, vendeu a operação multimarcas Esposende ao Grupo Dok.











