O Grupo Petrópolis, dono de marcas de cervejas como Itaipava, Crystal e Petra, protocolou na sexta-feira (26/05), a primeira proposta do seu plano de recuperação judicial.
A proposta para a reestruturação da dívida, que exclui a empresa Maltería Oriental, inclui a venda de parte dos ativos de energia e um deságio de até 70% do valor do crédito de fornecedores e credores financeiros que não colaborarem com o fornecimento para a empresa, e ou não aceitarem dar fiança bancária ou liberar garantias.
Segundo Marcelo de Sá, CFO do Grupo Petrópolis, as negociações com a grande maioria deles está evoluindo bem. “Com a aprovação do plano, a empresa espera ter condições de normalizar seu fluxo de caixa e rebalancear sua estrutura de capital para níveis sustentáveis”, disse em entrevista logo após do plano de recuperação ter sido protocolado.
Excluindo partes relacionadas, o grupo do empresário Walter Faria soma dívida de R$ 5,6 bilhões com pouco mais de cinco mil credores. Desse total, R$ 2 bilhões são de dívidas financeiras, cujo maior credor é o Siena Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, com um crédito de R$ 661,6 milhões, gerido pela MAM Asset Management.
Para esses credores, que possuem dívidas quirografárias, sem garantia, a empresa propõe duas formas de pagamento. A primeira contempla pagamento de até R$ 10 mil até 30 dias após a homologação do plano. A segunda prevê um deságio de 70% no valor da dívida, com o restante sendo pago em dezembro de 2035 corrigidos pelo IPCA, até o limite de 1,5% ao ano para as dívidas em reais.
Já para os fornecedores, a empresa também propõe duas opções de pagamento, sendo a primeira de até R$ 3,5 mil até 30 dias após a homologação do plano, e a segunda também contempla um deságio de 70% do valor da dívida.