Em uma sociedade onde o Dia dos Namorados se tornou sinônimo de romance, poucos sabem que suas raízes estão firmemente plantadas no mundo do marketing. A história dessa data é fascinante, como ela passou de uma jogada publicitária para impulsionar as vendas a um dos principais pilares do varejo brasileiro.
Nascido nos anos 1950, o Dia dos Namorados foi criado como uma estratégia para alavancar as vendas no lento terceiro trimestre de cada ano. Uma parceria inovadora entre a Exposição Patriarca, loja de departamentos masculinos, e a Modas Clipper, focada no público feminino, foi o catalisador dessa ideia revolucionária. Essas duas lojas contrataram a Standart Propaganda, agência coordenada pelo renomado publicitário João Agripino da Costa Dória Neto, pai do ex-governador de São Paulo, João Dória, para criar um “Valentine’s Day” à brasileira.
O toque de genialidade foi deslocar a celebração para o dia 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, popularmente conhecido como o santo casamenteiro. Uma decisão astuta, pois fortaleceu o vínculo emocional da data com o romance e a união.
Esta data especial foi promovida com anúncios em jornais que incentivavam o público a comprar presentes para seus parceiros. Esses anúncios transmitiam uma mensagem poderosa de amor e apreciação, com slogans como “Não é só de beijos que se prova o amor”.
Os resultados dessa estratégia foram nada menos que surpreendentes. A iniciativa ganhou o apoio da Confederação do Comércio de São Paulo e foi amplamente adotada. Hoje, o Dia dos Namorados é a terceira data mais importante para o varejo brasileiro, superando o Dia dos Pais e sendo superada apenas pelo Natal e pelo Dia das Mães.
Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e o Serviço de Proteção ao Crédito, o Dia dos Namorados deve movimentar impressionantes R$ 23,17 bilhões no varejo e serviços em 2023, um aumento de 28% em relação ao ano anterior. Os brasileiros, em média, gastam R$ 232 em presentes para celebrar o dia.
O Dia dos Namorados é um exemplo perfeito de como uma ideia criativa pode ter um impacto duradouro e transformar o comércio. De uma mera jogada de marketing, a data se transformou em um importante símbolo de amor e união que movimenta bilhões na economia brasileira a cada ano.
