A Petrobras tem aumentado suas compras de gasolina no exterior para atender à demanda crescente no mercado interno. Essa prática é resultado da combinação entre o preço do petróleo, que alcançou o nível mais alto desde abril, e a política da estatal de vender combustível abaixo das cotações internacionais desde maio.
No segundo trimestre deste ano, a Petrobras importou uma média de 52 mil barris de gasolina por dia. Em comparação, no mesmo período do ano passado foram 7 mil barris por dia, e no segundo trimestre de 2019, antes da pandemia, a média foi de 36 mil barris importados diariamente.
A discrepância entre os preços praticados no exterior e no mercado interno também levou a empresa a vender a maior quantidade de gasolina dos últimos seis anos no segundo trimestre.
Devido a essa defasagem, as refinarias privadas que operam no país preferem exportar a gasolina que produzem, em vez de venderem nos preços praticados pela Petrobras. Como o Brasil não é autossuficiente na produção de gasolina, cabe à estatal aumentar as importações para suprir o mercado interno.
Enquanto a companhia aumentou a venda de gasolina em 15,7% de abril a junho em comparação ao ano anterior, a produção nas suas refinarias cresceu apenas 4% no mesmo período.
A possibilidade de venda de produtos importados por preços mais baixos no país é uma das principais preocupações de analistas após a mudança na política de preços da Petrobras, que deixou de seguir as cotações internacionais e restringiu as importações privadas.
Essa estratégia já gerou prejuízos para a empresa durante o governo Dilma Rousseff (PT). Atualmente, a Petrobras enfrenta desafios para equilibrar as importações com os preços domésticos, buscando garantir o abastecimento adequado no mercado brasileiro.