O renomado banco Morgan Stanley é o mais recente a revisar para baixo sua estimativa de crescimento econômico para a China em 2023, à luz de uma sequência de indicadores decepcionantes e crescentes preocupações em torno do setor imobiliário do país asiático.
O banco sediado em Wall Street agora projeta um crescimento de 4,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) chinês neste ano, reajustando sua previsão anterior de 5%. A revisão foi divulgada através de uma nota emitida na quarta-feira. Ademais, o Morgan Stanley também recalibrou sua expectativa para o PIB em 2024, estimando um crescimento de 4,2% em vez dos anteriores 4,5%.
Na presente semana, outras instituições financeiras também adotaram uma abordagem mais cautelosa em relação ao crescimento econômico chinês. O JPMorgan reduziu sua previsão de expansão do PIB chinês para 4,8% em 2023, comparado aos 5% anteriores. Da mesma forma, o Barclays ajustou sua projeção para 4,5%.
A capital chinesa, Pequim, havia inicialmente estabelecido uma meta de crescimento em torno de 5% para o corrente ano.
No comunicado, os economistas do Morgan Stanley justificaram suas revisões à luz de uma “desaceleração mais pronunciada nos gastos de capital” que se observa no contexto da desalavancagem em curso no setor imobiliário e nos veículos de financiamento dos governos locais, conhecidos como LGFVs. Tais ajustes, de acordo com os analistas, têm impactos indiretos sobre o consumo e adicionam uma complexidade adicional ao cenário econômico chinês.
O setor imobiliário chinês enfrenta atualmente uma crise de liquidez, cujos sinais surgiram no final de 2021 quando o China Evergrande Group entrou em colapso, desencadeando uma série de eventos de inadimplência que reverberaram por todo o setor. O cenário em evolução continua a capturar a atenção dos analistas globais, que estão atentos às implicações que tal crise poderá ter sobre a economia da China e, potencialmente, além de suas fronteiras.