Nesta segunda-feira (11), enquanto as bolsas internacionais registram alta, o Bitcoin (BTC) enfrenta pressão de vendedores e cai brevemente abaixo de US$ 25.000 pela primeira vez em três meses. Especula-se que a exchange de criptomoedas FTX, passando por um processo de falência, possa iniciar a liquidação de ativos digitais.
O BTC apresentou uma queda de 3,3%, atingindo US$ 24.958 no início da tarde de hoje, marcando o menor preço desde 15 de junho. Naquela data, a BlackRock anunciou a proposta para o primeiro ETF (fundo de índice) dos EUA investindo diretamente em criptomoeda. Desde então, a SEC dos EUA adiou a decisão sobre esse e outros pedidos semelhantes.
A possível liquidação de ativos pela FTX e suas afiliadas contribui para a volatilidade do mercado, em parte devido a um documento detalhando as posições ainda mantidas pela empresa.
A FTX atualmente detém quase US$ 1,2 bilhão em SOL, o token nativo da rede Solana, assim como US$ 560 milhões em Bitcoin e US$ 192 milhões em Ethereum (ETH), que iniciou a semana com a maior queda em seis meses. Como resultado, a Solana continua registrando perdas pelo quarto dia consecutivo, aprofundando a queda para cerca de 10% nesse período.
Os atuais gestores da FTX solicitaram à Galaxy Digital para supervisionar as posições da FTX. Espera-se que a Galaxy consiga mitigar o impacto das vendas da FTX no mercado, seja limitando a quantidade de tokens liquidados por semana, utilizando seus próprios recursos em Bitcoin e Ethereum ou oferecendo incentivos para o depósito de ativos a fim de estimular a demanda.
Ainda não está claro se a FTX será autorizada a liquidar as criptomoedas. A empresa solicitou ao tribunal no mês passado a permissão para vender ou transferir ativos digitais. Uma audiência está agendada para a próxima quarta-feira (13).
A queda de hoje intensifica as perdas que o Bitcoin vem sofrendo há quase dois meses, com uma desvalorização de 18% nos últimos 60 dias, de acordo com o CoinMarketCap. No entanto, 2023 continua sendo um ano de recuperação sólida.
O Bank of America (BofA) destacou em um relatório recente que os ativos digitais tiveram o melhor desempenho entre todas as classes de ativos até o final de agosto. Enquanto o Bitcoin subiu mais de 50% e as criptomoedas em geral avançaram 36%, as bolsas registraram um aumento de 15%, o ouro de 6%, e os títulos com grau de investimento, commodities e petróleo tiveram ganhos de 3%, 2% e 1% no ano, respectivamente. Títulos soberanos, por outro lado, registraram uma queda de 1%.