Nos últimos meses, a Estratégia Espaçolaser tem sido pauta constante no mercado financeiro. Segundo dados divulgados, a empresa reportou, no final de junho de 2023, dívidas no montante de R$ 842 milhões, contrastando com uma disponibilidade de caixa de apenas R$ 208 milhões. Paulo Camargo (foto), o atual CEO da companhia, expressou suas intenções firmes de mitigar o endividamento da reconhecida empresa de depilação a laser no próximo semestre.
Com a pressão do mercado por uma solução eficaz para o endividamento atual, a Espaçolaser está na linha de frente para reverter a situação. “A gente vem recuperando paulatinamente o número dos consumidores e dos clientes que tínhamos”, afirmou Camargo durante uma entrevista ao Poder360.
Desde sua listagem na B3 (Espa3), em fevereiro de 2021, a empresa vivenciou momentos de incertezas, principalmente devido à pandemia. Na época, a conjuntura macroeconômica era um tanto mais favorável, com taxas de juros significativamente mais baixas. No entanto, os desafios persistem, com uma diminuição notável no valor das ações da empresa. Marcadas a R$ 21 durante a Oferta Pública Inicial (IPO) em 2021, as ações sofreram uma redução drástica em seu valor, sendo negociadas a menos de R$ 2 em 2023.
A empresa
A Espaçolaser deu seus primeiros passos em 2004, fruto da iniciativa do advogado Paulo Morais, do ex-militar Tito Pinto e do dermatologista Ygor Moura, que inauguraram o primeiro estabelecimento especializado em depilação a laser em um shopping em São Paulo.
Naquela época, a técnica de depilação a laser era praticamente desconhecida em território brasileiro. A empresa começou a ganhar ímpeto alguns anos mais tarde, impulsionada pelo surgimento e popularidade de plataformas de compras coletivas, como Groupon e Peixe Urbano. Atualmente, a rede se expandiu notavelmente, operando 771 lojas, das quais 54 estão estrategicamente localizadas em países internacionais, incluindo Argentina, Chile, Colômbia e Paraguai.
A companhia destaca que o setor de depilação no Brasil registrou um fluxo financeiro de aproximadamente R$ 36 bilhões anuais, com base em dados de 2019, sinalizando um vasto espaço para expansão. A explicação para isso está na exploração ainda incipiente do mercado de depilação a laser no país, beneficiando apenas cerca de 4,9% da população brasileira até agora.