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Quase 10 milhões de brasileiros trabalharam remotamente em 2022, diz IBGE

O teletrabalho no Brasil alcançou um marco significativo em 2022, com 9,5 milhões de pessoas adotando esse modelo, representando 9,8% dos ocupados. Esta mudança radical foi impulsionada por fatores como educação, gênero e etnia. O estudo mostra que o teletrabalho não apenas redefiniu a estrutura do trabalho, mas também destacou disparidades socioeconômicas, revelando um panorama complexo das dinâmicas de emprego no país. O acesso à tecnologia também se tornou uma linha divisória crucial, com 91,2% dos teletrabalhadores tendo computador e internet em casa, em comparação com 49,6% dos domicílios com trabalhadores ocupados em geral. Estes dados não apenas ilustram a evolução do trabalho remoto no Brasil, mas também lançam luz sobre as necessidades tecnológicas emergentes dos trabalhadores modernos.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Cerca de 9,5 milhões de brasileiros adotaram o trabalho remoto em 2022, representando 9,8% do total de ocupados que não estavam afastados do trabalho durante esse período. Esses dados provêm do módulo Teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais – 2022, parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), recentemente divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 25 de outubro. A região Sudeste liderou com 5,067 milhões de trabalhadores remotos, seguida por Nordeste (1,657 milhão), Sul (1,506 milhão), Centro-Oeste (751 mil) e Norte (482 mil).

Se considerarmos apenas aqueles que usaram aparelhos de telecomunicações para o trabalho remoto, tivemos um contingente de 7,399 milhões de pessoas, o equivalente a 7,7% dos ocupados em atividade. Esses teletrabalhadores atuaram, pelo menos parcialmente, em um local alternativo ao padrão de trabalho, utilizando equipamentos de tecnologia da informação e comunicação, conforme explicado pelo IBGE.

A análise por gênero revela que a proporção de mulheres em teletrabalho (8,7%) superou a dos homens (6,8%). No que diz respeito à divisão racial, os brancos lideraram com 11,0% de teletrabalhadores, mais que o dobro dos trabalhadores pretos (5,2%) e pardos (4,8%). Além disso, o teletrabalho foi mais comum entre os indivíduos com ensino superior completo, atingindo 23,5% dos ocupados com esse nível educacional.

Esse fenômeno resultou em um perfil predominantemente composto por profissionais com ensino superior completo (69,1% dos teletrabalhadores), na faixa etária de 25 a 39 anos (49,6%) e com etnia branca (63,3%).

Notavelmente, 25,8% dos empregados no setor de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas adotaram o teletrabalho em pelo menos um dia durante o período de referência da pesquisa.

Vale ressaltar que algumas profissões não são propícias ao teletrabalho devido à necessidade de presença física, uso de equipamentos específicos ou deslocamentos frequentes para espaços públicos, conforme observado pelo IBGE.

O rendimento médio dos teletrabalhadores em 2022 foi de R$6.479, o que representa 2,7 vezes mais do que os R$2.398 obtidos pelos que não adotaram esse modelo. No entanto, é importante notar que esses dados não indicam que o teletrabalho seja a causa direta desse maior rendimento. Em vez disso, o perfil predominante dos teletrabalhadores está relacionado a fatores como maior escolaridade, setores com remuneração mais elevada e disponibilidade de estrutura para o teletrabalho no domicílio, frequentemente custeada pelos próprios trabalhadores.

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