A seca na Argentina, que afeta severamente as lavouras de trigo, está causando um grande impacto na produção e exportação do cereal para o Brasil no ciclo 2023/24. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a estimativa da colheita foi revisada para 14,5 milhões de toneladas, marcando uma queda expressiva em relação às projeções feitas seis meses atrás.
Produção de trigo com a seca na argentina é gravemente afetada
A falta de chuvas prejudicou o rendimento das lavouras, deixando agricultores com perdas relevantes. Muitos, diante da seca prolongada, decidiram abandonar parte da colheita. A expectativa inicial de exportação caiu, e agora estima-se que apenas 10 milhões de toneladas sejam exportadas, uma redução de 13% em relação às previsões anteriores.
Essa queda nas exportações argentinas afeta diretamente o Brasil, que depende fortemente do trigo do país vizinho. Aproximadamente 25% da demanda brasileira de 15,2 milhões de toneladas é atendida pela Argentina. Com isso, empresas brasileiras como Camil e M. Dias Branco enfrentam desafios no fornecimento, incluindo possíveis aumentos de preços e riscos de escassez.
Medidas argentinas para mitigar os impactos
Diante da situação, o governo argentino permitiu o uso de certificados de exportação da safra anterior nos primeiros meses do ciclo 2023/24. Estima-se que entre 4,5 e 5 milhões de toneladas estejam disponíveis nesses estoques, permitindo que as exportações somem de 6 a 7 milhões de toneladas. Ainda assim, essa medida não compensa completamente a queda esperada na produção.
Reflexos no mercado brasileiro
A menor oferta de trigo com a seca na argentina representa um desafio para o Brasil. Empresas e consumidores devem estar atentos a possíveis elevações nos preços de produtos derivados do cereal, enquanto os mercados internacionais monitoram de perto os desdobramentos dessa crise.