Em outubro, o mercado do boi gordo apresentou estabilidade, com um modesto aumento de 0,57%, segundo o indicador Cepea/B3. Esse cenário contrasta com setembro, quando as cotações dispararam 18%, refletindo um ciclo pecuário favorável no Brasil.
Especialistas como Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, observam um movimento lateralizado no mercado do boi gordo durante o mês. Apesar das tentativas dos frigoríficos de pressionar os preços no início de novembro, as escalas de abate não avançaram significativamente. Iglesias destaca a demanda interna durante o último bimestre, impulsionada pelo aumento do consumo devido à entrada dos salários na economia.
As exportações brasileiras de carne bovina tiveram um desempenho notável em outubro, sendo o segundo melhor da história em termos de volume exportado, ficando atrás apenas de outubro de 2022. No entanto, os preços pagos pelos importadores, principalmente a China, permanecem desafiadores, com uma queda de cerca de 30% em um ano, de acordo com Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.
Para os próximos dois meses de 2023, a perspectiva é de preços estáveis no mercado do boi. Condições climáticas, especialmente as chuvas em regiões com gado confinado, podem influenciar a entrega de boiadas confinadas. A expectativa de aumento no consumo até dezembro pode resultar em preços mais altos para a carne bovina. Além disso, as exportações, apesar de manterem um bom desempenho em termos de volumes, já alcançaram um ponto de referência em termos de preços, aproximadamente US$ 5 mil por tonelada. No entanto, se o dólar operar acima de R$ 5, existe espaço para melhorias na margem operacional e possíveis altas nos preços.
O mercado da carne bovina enfrenta desafios e oportunidades, enquanto se prepara para o final de 2023, com uma combinação de fatores internos e externos moldando o cenário para produtores, frigoríficos e consumidores.