A Amazônia Legal, ocupando 59% do território brasileiro, alcançou em 2023 o menor nível de desmatamento dos últimos nove anos. Além disso, a Amazônia teve redução de 73% em desmatamento de áreas protegidas em 2023. Os dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e foram divulgados nesta terça (23/01).
As Terras Indígenas (TIs) e Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia tiveram uma queda acentuada no desmatamento. Houve uma redução de 73%, caindo de 1.431 km² em 2022 para 386 km² em 2023. Este resultado supera a média dos dois últimos anos, que viu uma redução de 62% no desmatamento total.
Para realizar o monitoramento, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, utilizando satélites Landsat da NASA e Sentinel da ESA. Estes satélites proporcionam uma visão mais detalhada em comparação com outros sistemas, permitindo identificar desmatamento em áreas menores.
O SAD prioriza a análise de imagens na última semana de cada mês, permitindo uma detecção mais rápida das mudanças. O sistema, assim como o Deter do Inpe, serve como um alerta precoce.
Desafios ainda são persistentes
Apesar dos avanços na redução do desmatamento em áreas protegidas, a área desmatada ainda representa um dado alarmante no Brasil. Em média, uma área equivalente a 1,1 mil campos de futebol foram desmatados diariamente, um índice superior ao período entre 2008 e 2017, quando o Imazon instalou o SAD. Além disso, três Estados da Amazônia Legal — Roraima, Tocantins e Amapá — registraram aumento na degradação. Roraima com um aumento no desmatamento de 179 km² para 206 km²; Tocantins, de 16 km² para 21 km²; e Amapá, de 9 km² para 18 km².
Resultados entre os estados
Os Estados maiores da Amazônia Legal, como Pará, Amazonas e Mato Grosso, continuam liderando em números absolutos de desmatamento. Nas terras indígenas, a redução chegou a 52%, com destaque para a terra Apyterewa, no Pará. Entretanto, as terras indígenas Waimiri Atroari e Yanomami mostraram aumentos significativos.
Unidades de conservação apresentaram melhoras
Além disso, as Unidades de Conservação federais e estaduais registraram uma queda de 77% no desmatamento. A maior redução ocorreu em territórios federais, com um decréscimo de 79%