A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está desenvolvendo um conjunto de novas diretrizes para enfrentar os desafios impostos por eventos climáticos extremos, que frequentemente resultam em apagões e interrupções no fornecimento de energia elétrica. Entre as medidas em estudo, estão o aterramento de fiação elétrica, o mapeamento de árvores próximas às redes de distribuição, a criação de planos de contingência e a instalação de radares meteorológicos.
Necessidade de investimentos adicionais
A ocorrência cada vez mais frequente de tempestades severas, ventos fortes e ondas de calor tem levantado a necessidade de investimentos adicionais na infraestrutura de distribuição de energia. No entanto, há uma preocupação com a capacidade dos consumidores de absorver possíveis aumentos nas tarifas de energia, decorrentes do repasse dos custos das melhorias necessárias, projetadas para ter um acréscimo médio de 5,6% este ano.
Reclamações em alta
Um aumento de 40% nas reclamações de consumidores em 2023, segundo dados da Aneel, demonstra a urgência de ações efetivas. Sandoval Feitosa, diretor-geral da Aneel, afirma que, embora os investimentos das concessionárias tenham atingido R$ 31 bilhões no último ano, é imperativo que estes sejam ampliados para garantir a segurança energética diante dos desafios climáticos atuais.
Medidas em avaliação
As estratégias propostas pela Aneel para evitar apagões incluem o estabelecimento de protocolos para o compartilhamento de equipes e recursos entre as distribuidoras, bem como a adoção de tecnologias avançadas para detecção precoce de eventos climáticos. A questão do aterramento da fiação elétrica também está sendo discutida, dada a complexidade e o custo elevado de transição para uma rede subterrânea.
Impacto nas tarifas e políticas públicas
A implementação das novas regras poderá ter impacto nas tarifas de energia. A Aneel e os especialistas do setor, como Vanderlei Martins, especialista em planejamento energético e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), apontam para a necessidade de um equilíbrio entre a melhoria da resiliência da rede elétrica e a capacidade de pagamento dos consumidores. De acordo com o especialista, discussões sobre políticas públicas e ajustes legislativos são essenciais para viabilizar essas mudanças.