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Lixo global pode atingir 3,8 bilhões de toneladas em 2050

Projeção indica que lixo mundial pode alcançar 3,8 bilhões de toneladas até 2050 sem mudanças urgentes.
Lixo global pode atingir 3,8 bilhões de toneladas em 2050
(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil).

O relatório Global Waste Management Outlook 2024 (GWMO 2024), apresentado na Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente em Nairóbi, revela uma projeção preocupante: a geração de lixo no mundo pode aumentar para 3,8 bilhões de toneladas anuais até 2050. Este crescimento de 80% em relação aos números de 2020, que foram de 2,1 bilhões de toneladas, é atribuído à inércia nos padrões atuais de produção, consumo e descarte de resíduos.

Carlos Silva Filho, presidente da International Solid Waste Association (ISWA) e coautor do estudo, destaca a continuidade da tendência de aumento na geração de resíduos sólidos. Alerta sobre os 40% de resíduos que atualmente têm destinos inadequados, como lixões e queimadas ao ar livre, ressaltando a urgência de reverter essa situação devido aos seus possíveis impactos negativos no clima, na biodiversidade e na saúde humana.

O panorama no Brasil é semelhante, com a produção de resíduos prevista para superar 50% até 2050, alcançando cerca de 120 milhões de toneladas anuais. O relatório aponta deficiências na gestão de resíduos do país, especialmente na reciclagem, que se mantém entre 3 a 4%, bem abaixo da média global de 19% e da sul-americana de 6%.

Além disso, cerca de 2,7 bilhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso a serviços básicos de limpeza urbana. No Brasil, isso representa uma em cada 11 pessoas, resultando em mais de 5 milhões de toneladas de resíduos sólidos não coletados anualmente, afetando negativamente o meio ambiente e a saúde pública.

O relatório recomenda a necessidade de dissociar o crescimento econômico da geração de resíduos, propondo um novo modelo de produção e consumo, além de uma consciência renovada sobre o descarte de resíduos. Destaca a importância de sistemas de responsabilidade estendida para os produtores, visando produções mais sustentáveis e o combate ao desperdício de alimentos.

Um cenário promissor seria alcançar 60% de reciclagem globalmente, reduzir a geração de lixo per capita para 600 gramas diários e eliminar completamente os destinos inadequados de resíduos até 2030. Essas medidas poderiam manter a produção de resíduos sólidos domiciliares em cerca de 2 bilhões de toneladas anuais até 2050, oferecendo um caminho viável e mais sustentável para o futuro.

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