A Copesa, um grupo de mídia chileno, iniciou um processo contra o Google por abuso de sua posição dominante no mercado. O caso, registrado no Tribunal de Defesa da Livre Concorrência do Chile no início de março, foi aceito e notificado ao réu, segundo informações de La Tercera.
Este processo marca a primeira vez que uma empresa latino-americana desafia o Google nesse contexto. O Google, ao ser questionado sobre o processo, informou que não poderia comentar por ainda não ter sido notificado oficialmente sobre os detalhes da ação.
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A ação judicial detalha acusações contra o Google por adotar práticas consideradas exploratórias e anticompetitivas, impactando diretamente as receitas dos veículos da Copesa. A empresa solicita ao tribunal que reconheça a violação das normas de livre concorrência pelo Google, que deverá pagar uma compensação de US$ 48,5 milhões, equivalente à cerca de R$ 240 milhões.
O crescimento do mercado de publicidade digital no Chile, que superou 600% desde 2014, evidencia a importância desse setor. No entanto, a Copesa argumenta que esse aumento não se reflete proporcionalmente nas receitas dos meios de comunicação devido às práticas do Google.
A empresa aponta para um “plano deliberado” do Google de criar um ambiente onde os consumidores acessam notícias através de seu buscador sem visitar os sites produtores do conteúdo, privando-os de receitas publicitárias essenciais.
O processo da Copesa se insere em um contexto maior de questionamentos globais sobre as práticas do Google. Nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça acusou a empresa de abusar de sua posição dominante. Similarmente, meios de comunicação de vários países, incluindo EUA, Canadá, Reino Unido e França, também iniciaram ações legais contra a companhia.
A ação de 180 páginas é patrocinada pelos advogados Ximena Rojas e Fernando Araya, representando a Copesa. Eugenio Chahuán, gerente-geral da Copesa, expressou que essa ação está alinhada às iniciativas de meios de comunicação de outros países.
