Na assembleia geral ordinária dos acionistas da Petrobras, realizada na quinta-feira (25), os acionistas decidiram reeleger Pietro Mendes para o cargo de presidente do Conselho de Administração. Mendes, que também atua como secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis no Ministério de Minas e Energia (MME), foi reconduzido ao posto por mais dois anos.
Após um breve afastamento no início do mês, uma decisão judicial, em resposta a uma ação popular movida pelo deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP), determinou o afastamento de Mendes do cargo de presidente do Conselho. No entanto, sua manutenção foi confirmada posteriormente. No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu reverter a decisão no dia 16 de abril.
Além da recondução de Mendes, a assembleia geral também manteve outros quatro integrantes indicados pelo governo no Conselho de Administração da Petrobras: Jean Paul Prates, atual presidente da companhia; Bruno Moretti, secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil; Vitor Saback, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME; e Renato Gallupo, advogado.
Os acionistas elegeram Rafael Dubeux, secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, como a única nova adição ao conselho, mantendo assim a composição majoritária com seis dos 11 conselheiros indicados pelo governo. Dubeux ocupará a vaga deixada pelo ex-ministro de Ciência e Tecnologia Sergio Machado Rezende, que não se candidatou à reeleição.
Na eleição, os acionistas minoritários reelegeram Juca Abdalla, Marcelo Gasparino e Francisco Petros, e escolheram Jerônimo Antunes como novo representante dos detentores de ações preferenciais, substituindo Marcelo Mesquita.
Dividendos
Antes da eleição, a assembleia aprovou a distribuição de R$ 21,95 bilhões em dividendos aos acionistas, correspondendo a 50% do valor dos dividendos extraordinários. O Conselho de Administração reavaliou o cenário e, considerando a melhora na capacidade de financiamento da empresa para seus projetos, decidiu liberar o repasse de 50% dos dividendos. Essa decisão sucedeu a retenção total dos dividendos extraordinários em março, que ocasionou uma queda nas ações da Petrobras e provocou discussões políticas.
O Conselho de Administração da Petrobras, órgão responsável por decisões estratégicas, compõe-se de 11 membros, cada um com mandatos de dois anos e a possibilidade de até duas reeleições. A eleição para as oito cadeiras disputadas envolve indicações tanto do governo quanto de investidores privados, com o governo mantendo seis cadeiras desde uma mudança no processo eleitoral em 2020, que concedeu duas vagas aos acionistas minoritários.