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Indústria automobilística avalia impactos de enchentes no RS

Chuvas no RS preocupam setor automotivo, apesar de quadrimestre positivo. Prejuízos no agronegócio afetam vendas de picapes e caminhões.
Indústria automobilística avalia impactos de enchentes no RS
(Foto: Tom Fisk/Pexels).

A tragédia provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul afetará as montadoras e a indústria de autopeças. As chuvas resultaram em perda de produção e vendas de veículos e componentes na região. Além disso, o transporte desses itens pelas rodovias que conectam o Sul ao restante do país e aos países vizinhos do Mercosul foi prejudicado.

A principal preocupação dos dirigentes da indústria automobilística está relacionada às perdas no agronegócio. Este setor é um grande consumidor de picapes, caminhões e máquinas. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças), o Rio Grande do Sul representou 12% do faturamento da indústria de autopeças em 2023, que totalizou R$ 12,8 bilhões. O estado também responde por 11% das exportações de peças.

 

Apesar das enchentes, o setor automobilístico teve um primeiro quadrimestre positivo. Abril registrou altos níveis de vendas e produção, indicando uma recuperação constante do mercado brasileiro. A produção de 222,1 mil veículos em abril foi a melhor desde agosto do ano passado, quando as vendas foram impulsionadas por um programa de descontos do governo federal.

A produção acumulada no quadrimestre somou 760,1 mil unidades, um aumento de 6,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em comparação a março, a produção subiu 13,5%. Já em relação a abril de 2023, a elevação foi de 24,2%.

As vendas acumuladas no ano chegaram a 735 mil unidades, 16,3% a mais que nos quatro primeiros meses de 2023. No ano passado, o patamar de 220 mil unidades só foi superado em julho, com estímulo do programa do governo, e dezembro, tradicionalmente o mês mais aquecido do ano.

No entanto, o setor ainda enfrenta dificuldades no mercado externo. As exportações de 27,3 mil unidades em abril representaram uma queda de 16,4% em relação a março. No acumulado do ano, o volume de 109,6 mil veículos foi 26% inferior ao do primeiro quadrimestre de 2023.

No mercado doméstico, as marcas chinesas BYD, CAOA Chery e GWM destacaram-se. Elas fecharam o quadrimestre com 6,96% das vendas. Com 21,9 mil veículos vendidos no acumulado do ano, a BYD liderou entre as três, com 3,18% de todos os emplacamentos de carros e comerciais leves. A CAOA Chery teve 2,62% e a Great Wall Motor (GWM), 1,16%. BYD e CAOA Chery venderam mais que Ford e Citroën, e a GWM superou Peugeot e Mitsubishi.

Em entrevista ao Valor, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, mencionou a decisão do governo de voltar a cobrar Imposto de Importação de carros elétricos como um fator que incentivou montadoras a investir mais no Brasil. A tributação foi retomada em janeiro e subirá, de forma escalonada, até julho de 2026. No entanto, até o momento, a volta do imposto não parece ter freado a entrada das marcas chinesas, especializadas em veículos híbridos e elétricos.

Os anúncios de novos investimentos no setor chamaram a atenção nos primeiros meses do ano. Somente nas montadoras de automóveis, os investimentos ultrapassam R$ 115 bilhões nesta década. Incluindo os ciclos de caminhões, que terminam no meio da década, o total chega a R$ 121,8 bilhões.

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