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Conheça o país que lidera em mineração submarina para carros elétricos

Ilhas Cook
Ilhas Cook (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons).

Dois navios atracaram nas Ilhas Cook, no Pacífico Sul, no ano passado. Um, um cruzeiro de turistas, era comum, enquanto o outro, uma embarcação científica laranja, marcava uma ocasião especial para o primeiro-ministro Mark Brown e outros cidadãos proeminentes. O navio científico representava a promessa de riqueza ao trazer equipamentos para a mineração submarina de minerais usados em baterias de veículos elétricos.

As Ilhas Cook, com 15 mil habitantes, lideram a exploração de minerais no fundo do mar. Estes recursos são vitais para a indústria de carros elétricos. Extraí-los poderia impulsionar a economia do país, que tem uma renda per capita de cerca de US$ 11 mil. Estudos indicam que a exploração poderia render dezenas de bilhões de dólares.

 

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Porém, ambientalistas opõem-se ao projeto, temendo danos irreparáveis à ecologia do fundo do oceano. Mais de 800 cientistas e vários países, incluindo França e Grã-Bretanha, pedem uma moratória para a prática.

Mark Brown refuta as críticas, afirmando que o país está explorando suas opções para garantir independência econômica. “Explorar as possibilidades de mineração no fundo do mar faz parte de nossa jornada de independência soberana,” disse ele em uma entrevista.

Nas águas das Ilhas Cook, o fundo do mar está coberto por rochas chamadas nódulos, ricos em cobalto e manganês. Cada nódulo cresce apenas um cartão de crédito a cada milhão de anos. Recentes avanços tecnológicos permitiram que essas formações antes inacessíveis pudessem ser exploradas.

 

Em 2012, o país criou a Cook Islands Seabed Minerals Authority para administrar propostas de mineração. Autorizações foram concedidas para três empresas explorarem as águas locais. A chefe da agência, Alex Herman, afirma que sua equipe está adotando uma abordagem cuidadosa e científica para garantir que as consequências da mineração sejam compreendidas.

Os críticos, no entanto, desconfiam das intenções do governo. Duncan Currie, consultor da High Seas Alliance, acredita que “o governo está promovendo a mineração independentemente dos efeitos adversos.”

Para o biólogo marinho Teina Rongo, a exploração ameaça a vida no fundo do oceano. Ele alerta que a mineração pode levar à destruição de criaturas ainda desconhecidas. Ele teme que o país possa repetir os erros de Nauru, onde a exploração de fosfatos levou à destruição do meio ambiente e à pobreza.

Alguns cidadãos, como Kelvin Passfield, diretor da Te Ipukarea Society, acreditam que o governo de Mark Brown está muito próximo das empresas mineradoras. Paul Lynch, ex-diretor da Cook Islands Seabed Minerals Authority, é casado com Shona Lynch, contratada pela Cook Islands Cobalt após a saída de Paul do governo.

Entretanto, o primeiro-ministro Mark Brown rejeita as acusações de envolvimento indevido e defende que há uma relação profissional com o setor. Ele acrescenta que a integração das empresas ao país cria uma relação pessoal inevitável.

Apesar da promessa de riqueza, a opinião pública ainda está dividida. Rashneel Kumar, editor do Cook Islands News, afirma que a população tem visões opostas sobre a mineração. No entanto, para Teresa Manarangi-Trott, que liderou um comitê governamental para entender a opinião da população, a decisão parece inevitável: “O governo decidiu que isso vai acontecer, independentemente do que alguém diga.”

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