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38 km de engordas: por que as cidades estão alargando praias?

38 km de engordas: por que as cidades estão alargando praias?
Linha subaquática de dois quilômetros transportava areia de uma draga para a praia de Balneário Camboriú (Foto: Divulgação/Prefeitura de BC).

Nos últimos anos, as cidades brasileiras têm adotado o aterramento costeiro como uma medida para combater a erosão e o avanço do mar. Essa técnica, conhecida como engorda, envolve a dragagem de areia do fundo do mar, que é posteriormente depositada na costa para alargar a faixa de areia das praias. Desde 1998, pelo menos 38,8 km de praias foram ampliados dessa forma em diversas regiões do Brasil.

As engordas não são um fenômeno novo. Elas foram realizadas pela primeira vez nos anos 1960, em Copacabana, Rio de Janeiro, e nos anos 1970, no Espírito Santo. No entanto, a prática se tornou mais frequente recentemente, com exemplos como a Praia de Ponta Negra em Natal e o Balneário Camboriú em Santa Catarina, onde a praia central foi alargada em 5,6 km em 2021.

 

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A cidade do Recife anunciou recentemente uma licitação para o estudo e projeto de prolongamento da faixa de areia da orla. Enquanto isso, a vizinha Jaboatão dos Guararapes concluiu 5,9 km de engorda em 2013. Florianópolis financiou três ampliações, incluindo a praia dos Ingleses, Canasvieiras e Jurerê, totalizando 8,47 km de areia adicionada nas últimas décadas.

Quais os impactos da engorda?

Apesar dos benefícios aparentes, como a ampliação do espaço para turismo e lazer, essas intervenções requerem estudos rigorosos para evitar impactos negativos no meio ambiente. O professor Pedro Walfir, coordenador do MapBiomas, explica que as engordas podem ser alternativas sustentáveis para conter o avanço do mar, mas alerta para os riscos associados se não forem feitos os devidos estudos e projeções.

Dessa forma, Paulo Horta, biólogo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), reitera que, embora as engordas sejam menos prejudiciais do que outras técnicas, como a colocação de barreiras físicas, elas ainda podem afetar a biodiversidade e aumentar as emissões de gases de efeito estufa.

A questão da erosão costeira é crítica no Brasil, que perdeu 15% ou 70 mil hectares de dunas, praias e areais entre 1985 e 2020, de acordo com dados do MapBiomas. Essa perda está relacionada a vários fatores, incluindo a revegetação do topo das dunas e a ocupação por empreendimentos, além das mudanças climáticas, que elevam o nível do mar e aumentam a frequência de eventos extremos.

Além da engorda, existem outras técnicas para conter a erosão, como a construção de quebra-mares e muros de arrimo. No entanto, tais intervenções podem acelerar a erosão em outros locais e mudar o perfil costeiro de maneira irreversível.

A engorda de praias é vista como uma solução temporária que precisa ser reavaliada e renovada periodicamente, dependendo da dinâmica do local e da quantidade de sedimento disponível. Cada projeto de engorda requer uma avaliação cuidadosa dos impactos ambientais e urbanísticos, o que inclui estudos hidrodinâmicos e morfossedimentares detalhados antes de sua execução.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e o Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) são alguns dos órgãos envolvidos no financiamento e na regulamentação dessas obras.

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