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Mercado aéreo fechado: por que as companhias estrangeiras não chegam?

Gilberto Peralta, presidente da Airbus, aborda as principais barreiras que dificultam a entrada de aéreas estrangeiras no Brasil.
Mercado aéreo fechado por que as companhias estrangeiras não chegam
(Foto: Pixabay/Pexels).

O mercado aéreo brasileiro ainda enfrenta barreiras que limitam a entrada de companhias aéreas estrangeiras, apesar das mudanças regulatórias que permitiram maior participação de capital internacional no setor. Consequentemente, Gilberto Peralta, presidente da Airbus no Brasil, compartilhou insights sobre os fatores que restringem a expansão de novos jogadores no mercado nacional.

Desde a mudança na legislação em 2018, sob a gestão de Michel Temer, que removeu limites de propriedade estrangeira em companhias aéreas brasileiras, o espectro de concorrência esperado ainda não se materializou. Por isso, o domínio permanece com as três grandes operadoras do país: Azul, Latam e Gol. Esse cenário resulta em pouca diversidade de escolhas para os consumidores, que frequentemente enfrentam preços altos e questionam a qualidade do serviço oferecido.

Elevação dos custos

Adicionalmente, os dados do IPCA levantados pelo IBGE mostram um aumento nos preços das passagens aéreas. O crescimento foi de aproximadamente 36% no acumulado do ano e de 19% nos últimos 12 meses. Nesse contexto, Peralta aponta que “o alto custo do combustível de aviação no Brasil é um dos maiores em proporção ao valor das passagens em escala global.”

Comparativo latino-americano

Simultaneamente, ele também observou que, comparativamente, os brasileiros voam menos que seus vizinhos latino-americanos, como chilenos, colombianos e mexicanos, indicando que o Brasil poderia ter uma taxa mais alta de viagens aéreas per capita se as condições fossem mais favoráveis. “Apesar de não existirem barreiras formais para entrada, os custos proibitivos e a complexidade jurídica tornam o mercado brasileiro menos atrativo para operadoras internacionais,” explicou Peralta.

 

Objetivos de produção da Airbus

Além disso, a Airbus enfrenta a necessidade de aumentar sua capacidade de produção para responder ao crescimento da demanda global. Com uma produção atual de 60 a 65 aeronaves por mês, a companhia planeja elevar esse número para 75 unidades até o final de 2025 ou início de 2026. “O aumento da produção é vital para atender ao crescimento da demanda que observamos, especialmente de mercados na Ásia, Estados Unidos e Europa,” afirmou o presidente da Airbus no Brasil.

Impacto da crise na Boeing

Por outro lado, a crise enfrentada pela Boeing também foi mencionada como um ponto de atenção no setor. “Problemas de credibilidade gerados por atrasos e incidentes na entrega de aeronaves são prejudiciais para o setor como um todo. Esperamos que essas dificuldades sejam superadas rapidamente,” disse Peralta.

Visão do mercado aéreo

Finalmente, com relação ao mercado interno, Peralta sinalizou que o setor de aeronaves está começando a ver uma estabilização na oferta de insumos e componentes. As expectativas, portanto, são de normalização até o fim do ano. “A rápida recuperação da demanda é um sinal positivo, mostrando um revigoramento do interesse por aeronaves,” concluiu.

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