A nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) agora incorpora a tecnologia blockchain, permitindo a inclusão de informações de até 12 documentos essenciais. Esta tecnologia, usada originalmente em criptomoedas como o Bitcoin, aqui garante mais segurança ao registrar dados de maneira permanente e imutável.
Segurança aumentada com blockchain
Alexandre Amorim, presidente do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), explicou a escolha pela blockchain. Ele afirmou que esta tecnologia, ao centralizar informações importantes como nome, CPF e dados biográficos em um único documento, aumenta consideravelmente a segurança. “Ao compilar esses dados, minimizamos as chances de fraude e melhoramos a identificação do cidadão,” disse Amorim.
Funcionamento da tecnologia
A blockchain cria um registro distribuído e altamente seguro, onde apenas entidades autorizadas podem acessar os dados. Esses dados não se armazenam em um único local, mas sim em várias máquinas dentro da rede, protegendo-os contra ataques cibernéticos. “Se um ataque ocorrer, ele comprometerá apenas a máquina visada, sem afetar as demais informações da rede,” explicou Amorim.
Vantagens do registro imutável
Hugo Kuribayashi, professor de sistemas de informação da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), destacou as vantagens da imutabilidade da blockchain. “A tecnologia não apenas protege os dados contra alterações indevidas, mas também cria um histórico confiável das atualizações,” comentou Kuribayashi.
Implementação e aceitação da nova CIN
Atualmente, a nova CIN já está sendo implementada em 24 unidades da federação e mais de 8,1 milhões de brasileiros já utilizam o novo documento. A transição do RG para a CIN deverá ser concluída até 28 de fevereiro de 2032. O projeto não só facilita o acesso a informações por órgãos autorizados mas também padroniza a segurança dos dados.
Reconhecimento
A aplicação inovadora da tecnologia rendeu à nova carteira de identidade o prêmio High Security Printing de melhor identidade da América Latina. Este prêmio reconhece o avanço na segurança e gestão de identificação pessoal.
Naiara Santos, papiloscopista da Polícia Civil do Pará, ressaltou a eficiência da nova tecnologia. “A unificação dos dados em uma plataforma centralizada facilita nossa capacidade de obter informações seguras e precisas,” disse ela. Este avanço na gestão de documentos identitários no Brasil exemplifica como a tecnologia pode ser empregada para proteger e gerenciar informações pessoais de maneira eficaz e segura.