Nesta quinta-feira (27), o dólar apresentou uma desvalorização de 0,20%, encerrando a sessão a R$ 5,507 na compra e R$ 5,508 na venda. Apesar da queda, a cotação ainda se mantém em torno de R$ 5,50. Sendo assim, refletiu a tendência observada na véspera, quando a moeda atingiu o maior valor desde janeiro de 2022. No acumulado do mês, a alta do dólar é de 4,90%.
O fortalecimento do dólar tem sido impulsionado por fatores externos e pela percepção de aumento do risco fiscal no Brasil. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que a instituição não intervirá no câmbio devido ao nível das cotações, destacando que a recente desvalorização do real está em linha com os prêmios de risco do país.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuou 0,49%, fechando aos R$ 5,502 por volta das 17h30. Na quarta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,519 na venda, uma alta de 1,18%, sendo o maior valor de fechamento desde 18 de janeiro de 2022.
Dólar Comercial
- Compra: R$ 5,507
- Venda: R$ 5,508
Dólar Turismo
- Compra: R$ 5,551
- Venda: R$ 5,731
O Banco Central divulgou o Relatório de Inflação, elevando a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9% para 2,3% em 2024, embora ainda abaixo dos 2,5% estimados pelo Ministério da Fazenda. Durante a coletiva, o presidente do BC reiterou a separação entre política monetária e câmbio, afirmando que intervenções ocorrerão apenas em casos de disfuncionalidades pontuais.
Lula
No discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o presidente Lula negou que a entrevista que deu ao portal UOL tenha causado estresse no mercado, especialmente no dólar. Além disso, ele afirmou que aqueles que apostarem no fortalecimento do dólar em relação ao real “vão quebrar a cara”.
Exterior e Risco Fiscal
O viés negativo do dólar no exterior contribuiu para um ajuste de baixa no Brasil, apesar das oscilações positivas durante a maior parte da sessão. A percepção de aumento do risco fiscal mantém os investidores cautelosos, conforme demonstrado pela movimentação da moeda.
No exterior, o dollar index, que mede o comportamento da divisa frente a uma cesta de moedas, recuava 0,12% por volta das 17h20, aos 105.925 pontos. Por fim, o ajuste final do dólar no Brasil foi favorecido pelo cenário externo e pela preparação dos investidores para a disputa em torno da Ptax de fim de mês.
