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Falência da empresa não deve ser vergonha, fraudar para enriquecer Sim!

A importância da preservação das empresas e o impacto das falências fraudulentas

preservação das empresas dificuldades empresariais.
Por Jackson Pereira Jr., empreendedor, diretor do BNTI, fundador Economic News Brasil.
preservação das empresas dificuldades empresariais.
Por Jackson Pereira Jr., empreendedor, diretor do BNTI, fundador Economic News Brasil.

A preservação das empresas é um pilar crucial da economia moderna. As empresas geram empregos, pagam tributos e contribuem para a riqueza nacional. Reconhecendo essa importância, o ordenamento jurídico brasileiro estabeleceu o princípio da preservação da empresa. Esse princípio prioriza a continuidade das atividades empresariais ao invés de sua extinção. Contudo, a falência intencional das empresas e a fraude podem comprometer seriamente essa estabilidade econômica.

Instrumentos de Recuperação

Quando uma empresa enfrenta uma crise econômica intensa e não consegue cumprir suas obrigações, ela pode recorrer a instrumentos jurídicos como a recuperação judicial e extrajudicial. Esses mecanismos visam permitir que a empresa se reorganize e supere a crise, mantendo sua função social e econômica.

 

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Falência: A Última Alternativa

Se a recuperação não for possível, a falência se torna a última alternativa. A falência não apenas protege os créditos dos credores, mas também a própria unidade produtiva, afastando o devedor de sua atividade empresarial.

 

Um ponto negativo é que algumas pessoas utilizam o instrumento da falência para buscar lucro através de fraudes contra os credores.

Fraudes Contra Credores

A fraude contra credores ocorre quando o devedor realiza atos para prejudicar os direitos dos credores. Essas ações, que podem incluir a venda de ativos a preços reduzidos ou transferências fraudulentas, diminuem a garantia para o pagamento das dívidas. Tal comportamento é amplamente repudiado pelo ordenamento jurídico, pois contraria o princípio da boa-fé nas relações privadas.

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Histórico das Fraudes

As fraudes contra credores remontam ao Direito Romano, onde o patrimônio dos devedores passou a responder por suas obrigações. Os legisladores romanos permitiam a restituição do patrimônio do devedor ao estado anterior à sua insolvência, anulando vendas fraudulentas. Esse conceito originou o termo consilium fraudis, ainda utilizado atualmente.

Características das Fraudes

Para caracterizar uma fraude contra credores, o devedor deve realizar negócios com terceiros. Esses negócios devem ter o intuito de prejudicar os credores. A fraude ocorre mesmo sem solvência para cumprir suas dívidas. Cabe ao credor provar a intenção do devedor em prejudicá-lo e a existência de conluio entre o devedor e o terceiro adquirente.

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Alguns Casos de Falências Fraudulentas

  • Boi Gordo

 

No final da década de 1990, o esquema de pirâmide financeira Boi Gordo enganou mais de 30 mil investidores, causando um prejuízo de bilhões. Paulo Roberto de Andrade fundou a empresa Fazendas Reunidas Boi Gordo. Ela prometia alto retorno em pouco tempo. No entanto, deixou um prejuízo de mais de R$ 6 bilhões.

  • Sam Bankman-Fried e a FTX

 

Em março de 2023, Sam Bankman-Fried, fundador da exchange de criptomoedas FTX, foi condenado a 25 anos de prisão. Ele foi responsável por um golpe de mais de US$ 10 bilhões. Este escândalo financeiro recente destacou a vulnerabilidade dos investidores em mercados não regulamentados.

  • Boris Becker

 

Em abril de 2022, o ex-tenista Boris Becker foi condenado a 2 anos e 6 meses de prisão. Ele ocultou £ 2,5 milhões em ativos. A intenção era evitar o pagamento de dívidas.. Becker declarou falência em 2017, acumulando aproximadamente £ 50 milhões em dívidas, e tentou esconder parte de sua fortuna.

  • Bernard Madoff

 

O esquema Ponzi de Bernard Madoff resultou em uma fraude de US$ 65 bilhões, uma das maior da história. Madoff confessou o crime em 2008, levando à sua condenação a 150 anos de prisão. A fraude, que levou a falência da empresa, evidenciou falhas regulatórias e a necessidade de maior vigilância no mercado financeiro.

  • Lehman Brothers

 

O banco de investimentos Lehman Brothers faliu em 2008. Na época, possuía US$ 600 bilhões em ativos. Essa foi a maior falência da história. O colapso do Lehman Brothers foi um estopim para a crise financeira global. Investigações revelaram reivindicações “ilusórias” contra os altos executivos, mas poucas ações legais ocorreram.

  • Enron

 

A falência da Enron em 2001, devido a fraudes contábeis, levou ao colapso da empresa de auditoria Arthur Andersen. Isso motivou a criação da Lei Sarbanes-Oxley para reforçar a segurança corporativa. Antes do colapso, a Enron era avaliada em US$ 78 bilhões. A justiça condenou o presidente Jeff Skilling a 24 anos de prisão.

  • Banco Santos

 

O Banco fundado por Edemar Cid Ferreira entrou em colapso em 2005, com um desfalque de R$ 2,9 bilhões. O Banco Central decretou sua falência após descobrir prejuízos significativos, destacando a importância da vigilância financeira para evitar fraudes de grandes proporções.

Mecanismos Legais

A preservação das empresas é vital para a estabilidade econômica, mas a existência de fraudes prejudica credores e desestabiliza o mercado. Casos notórios, como os mencionados, ressaltam a necessidade de fiscalização rigorosa. Mecanismos legais devem proteger os direitos dos credores. A transparência nas atividades empresariais deve ser garantida.

A preservação das empresas e a luta contra as fraudes são essenciais para garantir um ambiente econômico saudável e sustentável. É necessário um esforço conjunto de reguladores, empresários e sociedade para promover a integridade e a continuidade das atividades empresariais.

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Não posso deixar de citar que toda regra tem exceções. Conheço empresários sérios que faliram devido a mudanças no mercado. Outras empresas faliram porque não acompanharam inovações ou devido à má gestão, o que não devemos confundir com falência intencional. Além disso, algumas faliram pela falta de qualificação profissional dos executivos. Por fim, certos empresários faliram devido a brigas familiares.

Desvio de Patrimônio

Também conheço outros que “quebraram formalmente” nos setores varejista, financeiro, construção civil, automotivo, confecção, supermercadista e outros, mas nunca diminuíram o padrão de vida. As viagens seguiram, as moradias em imóveis de milhões continuaram. A frequência em bons restaurantes permaneceu. Os bons carros para circular sempre estão à disposição. Como? Criaram as famosas Holdings Familiares, muitas vezes em nomes de filhos, para abrigar imóveis, garantindo rendas de aluguel e outros ativos. Uma coisa muito comum entre eles são os primeiros calotes, sempre nos impostos do estado e nos bancos.

Conheço empresários, cujos nomes prefiro não mencionar, que há mais de 20 anos estavam literalmente quebrados, deram a volta por cima e hoje são bilionários. São exemplos!

Passar por dificuldades não é vergonha, não levantar a cabeça para virar o jogo ou fraudar para enriquecer sim!

 

*Artigo de Opinião Por Jackson Pereira Jr.empreendedor, diretor do BNTI, fundador e CEO do Economic News Brasil.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal.