A B3, bolsa do Brasil, registrou um crescimento significativo de 15% no estoque de produtos de renda fixa de captação bancária no primeiro semestre de 2024. No final de junho, o valor chegou a R$ 4,9 trilhões, comparado a R$ 4,2 trilhões no mesmo período do ano anterior. Este aumento reflete a atratividade contínua dos títulos emitidos por instituições financeiras, mesmo com mudanças nas regras de carência para alguns produtos.
Detalhamento dos Produtos
Certificados de Depósito Bancário (CDBs):
- Estoque em junho de 2024: R$ 2,4 trilhões
- Crescimento: 15% em relação a junho de 2023
Recibos de Depósito Bancário (RDBs):
- Estoque em junho de 2024: R$ 472,7 bilhões
- Crescimento: 34% em relação a junho de 2023
Letras de Crédito Imobiliário (LCIs):
- Estoque em junho de 2024: R$ 362 bilhões
- Crescimento: 20% em relação a junho de 2023
Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs):
- Estoque em junho de 2024: R$ 472,9 bilhões
- Crescimento: 12% em relação a junho de 2023
Letra Financeira (LF):
- Estoque em junho de 2024: R$ 527,4 bilhões
- Crescimento: 15% em relação a junho de 2023
Letra Imobiliária Garantida (LIG):
- Estoque em junho de 2024: R$ 116,4 bilhões
- Crescimento: 13% em relação a junho de 2023.
Motivos do Crescimento
Especialistas apontam que a alta dos juros e a inflação foram determinantes para o aumento dos investimentos em produtos de renda fixa. No primeiro semestre de 2024, esses produtos registraram uma captação recorde de R$ 337,9 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3, explicou que as mudanças nas regras de carência resultaram em uma desaceleração no crescimento, mas ainda assim, todos os instrumentos registraram aumento no primeiro semestre de 2024.
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Mercado de Crédito
Além dos produtos de captação bancária, houve um aquecimento no mercado de crédito. A B3 registrou um aumento de 18% no estoque de produtos de renda fixa de dívida corporativa, totalizando R$ 1,7 trilhão em junho de 2024. Este crescimento abrangeu todos os produtos, incluindo debêntures, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Notas Comerciais (NC) e Cotas de Fundo de Investimento Fechado (CFF).
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Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, destacou que o crescimento é resultado de emissões pulverizadas em diferentes produtos e segmentos, indicando uma maior democratização do mercado.