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Queda nas exportações de frango afeta indústria brasileira

Exportações de frango caem com queda na demanda chinesa e surtos de doenças

Exportações de carne de frango; Vendas internacionais de frango.
(Foto: Finn Mund/Unsplash)
Exportações de carne de frango; Vendas internacionais de frango.
(Foto: Finn Mund/Unsplash)

As exportações de frango brasileiras enfrentaram um semestre desafiador. Com a confirmação da Doença de Newcastle no Rio Grande do Sul, os mercados internacionais fecharam suas portas para o produto brasileiro. O cenário, aliado à redução das encomendas chinesas, resultou em uma retração de 1,6% nas remessas ao exterior em comparação com o mesmo período do ano passado. Em termos de receita, a queda foi de 10,3%, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A missão brasileira de manter o ritmo de crescimento das exportações de carne de frango está cada vez mais complicada. Ontem (1/8), a ABPA anunciou uma revisão nas projeções de crescimento para 2024. Anteriormente, esperava-se um crescimento de 5% em relação a 2023, mas agora a expectativa foi ajustada para 2%.

Os números mais recentes da ABPA indicam uma produção máxima de 15,1 milhões de toneladas e exportação de 5,25 milhões de toneladas em 2024. Se essas previsões se confirmarem, o Brasil ainda alcançará um novo recorde na exportação de frango, apesar das dificuldades enfrentadas.

No primeiro semestre de 2024, as exportações de carne de frango somaram 2,589 milhões de toneladas, uma queda em relação às 2,63 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2023. Em receita, a diminuição foi ainda mais acentuada devido à valorização do dólar, totalizando US$ 4,637 bilhões, uma queda de 10,3%.

Desafios e Expectativas da Indústria

O presidente da ABPA destacou, em um encontro com jornalistas em São Paulo, que a expectativa é compensar essa queda com os resultados de julho, quando a projeção é de exportar mais de 450 mil toneladas. No ano passado, a exportação em julho foi de 430 mil toneladas, o que sustenta a esperança de recuperação.

Diversos fatores influenciaram a queda nas exportações. Entre eles, os problemas no Rio Grande do Sul, que sofreu com enchentes e registrou uma redução de 4,8% nos embarques. Além disso, o estado do Espírito Santo, afetado pela gripe aviária em aves silvestres, enfrentou restrições de acesso a diversos mercados, resultando em uma queda de 36% nas exportações.

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A ABPA iniciou 2024 com a expectativa de quebrar recordes de exportação, mas a realidade do mercado e os desafios enfrentados obrigaram a entidade a ajustar suas previsões. A recuperação das perdas do primeiro semestre é essencial para que a indústria brasileira de frango possa alcançar os objetivos traçados para o ano.

Próximos Passos

A indústria brasileira de frango enfrenta um cenário desafiador, mas ainda há otimismo quanto à recuperação no segundo semestre. A ABPA continuará monitorando o mercado e ajustando suas estratégias para garantir que o setor consiga superar os obstáculos e continuar a crescer, mesmo que de forma mais modesta do que o inicialmente previsto.