A rede varejista Novo Mundo, considerada uma das maiores do Centro-Oeste, anunciou pedido de recuperação judicial, justificando a decorrência dos obstáculos da pandemia da Covid-19, somados às dificuldades com a alta da inflação, das taxas de juros e da restrição de crédito.
Recuperação Judicial: Solução para Crise
A Novo Mundo, com 90 lojas, protocolou o pedido na última quinta-feira, 25 de julho, na 3ª Vara Cível da Justiça de Goiás. Segundo comunicado oficial, a recuperação judicial é uma estratégia para superar obstáculos e se manter competitiva no mercado varejista. A empresa não divulgou o valor total da dívida, mas declarou que o passivo com fornecedores e instituições financeiras alcançou R$ 735 milhões em 31 de dezembro de 2023.
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Manutenção dos Empregos
Atualmente, a rede emprega 1,3 mil colaboradores e prestadores de serviço. A empresa garantiu que, com a recuperação judicial, conseguirá manter os empregos e renegociar as dívidas. “A varejista tem convicção que, ao optar por essa estratégia legal, superará os obstáculos para se manter competitiva, negociando suas dívidas, garantindo a continuidade de suas atividades, preservando empregos e salvaguardando os direitos de todos os envolvidos”, destacou o comunicado.
Dados Financeiros
Em 2022, a rede registrou um faturamento de R$ 1,3 bilhão em vendas, que caiu para R$ 1,1 bilhão em 2023. Pertencente ao Grupo Martins Ribeiro, a Novo Mundo está presente em Goiás, Tocantins, Bahia, Pará, Distrito Federal e Maranhão.
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Processo em Segredo de Justiça
Embora o passivo seja milionário, ainda não é possível determinar quanto deste valor está vencido e incluído no pedido de recuperação judicial. Isso ocorre porque o processo está em segredo de Justiça. Se o juiz Luciano Borges da Silva deferir o pedido, será possível divulgar os detalhes do processo, permitindo uma análise mais precisa do montante das dívidas.
Alternativa à Falência
A Recuperação Judicial é um meio legal utilizado por empresas para evitar a falência, permitindo que suspendam e renegociem parte das dívidas acumuladas durante crises. Isso evita o encerramento das atividades, demissões e falta de pagamentos. A aprovação do plano de recuperação resulta na suspensão da maior parte dos débitos da empresa, focando o pagamento de funcionários, tributos e matéria-prima, essenciais para o funcionamento do negócio.