A Depreciação Acelerada, introduzida pela Lei 14.871 de 2024, promete estimular investimentos na modernização do parque industrial brasileiro. A nova legislação, derivada do Projeto de Lei 2/2024, oferece incentivos fiscais para a aquisição de novos maquinários e equipamentos até o final de 2025, permitindo a dedução acelerada de custos do lucro real das empresas.
Incentivos Fiscais e Fluxo de Caixa
Atualmente, empresas deduzem o custo de novos equipamentos ao longo de sua vida útil. Com a nova lei, 50% do valor dos maquinários será deduzido no ano da aquisição e os 50% restantes no ano seguinte. Essa mudança melhora o fluxo de caixa das empresas, especialmente em períodos de grandes despesas. “É um estímulo para o empresário investir em novos equipamentos que, certamente, irão aumentar a produtividade”, afirma José Roberto Colnaghi (foto), Presidente do Conselho de Administração da Asperbras.
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R$ 20 bilhões em Investimentos
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a medida pode alavancar R$ 20 bilhões em investimentos no Brasil. Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, destaca que a nova lei atende aos anseios do setor produtivo e está alinhada com a construção de uma nova agenda para o país.
Modernização e Competitividade
A urgência de modernizar o parque industrial brasileiro é evidente. Pesquisa da CNI indica que máquinas e equipamentos industriais têm, em média, 14 anos, com 38% ultrapassando o ciclo de vida ideal. “A idade média do parque industrial é um dos determinantes da competitividade da indústria”, afirma Colnaghi. Equipamentos modernos são essenciais para absorver inovações tecnológicas e melhorar a eficiência energética.
Indústria 4.0 e Inovações Tecnológicas
A Indústria 4.0, que integra tecnologias avançadas à produção industrial, é um objetivo. No entanto, a modernização enfrenta desafios, especialmente com máquinas antigas que apresentam incompatibilidades com novos sistemas. Atualmente, 12% do parque industrial brasileiro é anterior à década de 2000, destacando a necessidade de atualização tecnológica.
Setores de Transformação
Entre os setores da indústria de transformação, o setor de biocombustíveis possui a maior idade média de máquinas e equipamentos, seguido por metalurgia e impressão e gravação. Por outro lado, setores como manutenção e reparação, informática, eletrônicos e óticos, couro e vestuário e acessórios têm equipamentos relativamente mais novos.
Potencial de Renovação
Os setores de metalurgia, manutenção e reparação e veículos automotores têm o maior potencial de renovação, necessitando atualizar seus equipamentos para melhorar a competitividade. A indústria da construção, com uma idade média de nove anos para seus equipamentos, está em melhor posição em comparação com outros setores da indústria de transformação e extrativa.