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Depreciação de veículos custa R$ 1,2 bi para Localiza, Movida e Unidas

Depreciação de veículos custa R$ 1,2 bi para Localiza, Movida e Unidas
(Foto: Divulgação/Localiza).

As locadoras de veículos Localiza, Movida e Unidas enfrentaram perdas acumuladas de R$ 1,2 bilhão ao longo dos últimos 12 meses, influenciadas principalmente pela depreciação dos seus veículos. O fenômeno foi intensificado após a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicado aos carros novos pelo governo no ano anterior. Os dados são uma análise combinada das informações da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

Filipe Nielsen, analista de logística e locadoras de carros no banco Citi, mencionou em uma conversa com o Jornal Valor Econômico que os próximos trimestres de 2024 ainda serão desafiadores para o mercado de seminovos. “Ainda tem decepção para vir em termos de depreciação ou margem de seminovos. Esse ano seria de virada e talvez vejamos uma melhora de ciclo de 2025 em diante”, explicou.

 

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Os modelos seminovos sofreram quedas de valor consideráveis. Os carros fabricados em 2023, por exemplo, depreciaram 9,3%, enquanto os de 2022 e 2021 tiveram reduções de 14,1% e 13,6%, respectivamente. Em contrapartida, carros de 2020 e 2019 mostraram depreciações mais moderadas, de 11% e 10,7%, uma indicação de que a desvalorização pode estar se estabilizando devido à alta demanda.

Ainda segundo Nielsen, é essencial observar o poder de compra do consumidor brasileiro. Carros mais antigos já estão se aproximando dos preços pré-pandemia, medidos em termos de salários mínimos necessários para a compra. Especificamente, modelos de 2021, 2020 e 2019 são negociados por volta de 18 vezes o salário mínimo, um patamar semelhante ao de antes da crise sanitária.

 

Por outro lado, os veículos novos estão custando em média 25,4 vezes o salário mínimo, contra 21 vezes no período pré-pandemia. A restrição de crédito, juntamente com descontos oferecidos pelas montadoras para impulsionar as vendas, adiciona pressão adicional sobre o valor dos seminovos.

“A pessoa que consegue comprar um carro está optando por um modelo mais antigo hoje. A gente deve ver essa acessibilidade do seminovo melhorando mais para termos uma estabilidade em níveis comparáveis ao usado”, ressaltou o analista.

Apesar das adversidades, há sinais de melhora nos indicadores operacionais das locadoras, com aumento das diárias e boa ocupação dos veículos. O presidente da Unidas, Cláudio Zattar, mencionou em entrevista ao Valor que a companhia adquiriu 58 mil carros em 2023, abaixo da meta de 70 mil veículos, devido à forte depreciação.

As locadoras de veículos emplacaram 590.870 modelos zero quilômetro ao longo de 2023, conforme dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla). A associação observou que o programa de descontos no imposto afetou as vendas, pois muitos grupos atrasaram os pedidos na esperança de também terem acesso ao benefício, que só foi disponibilizado no último mês do programa.

Este cenário reflete as condições macroeconômicas e o impacto direto de políticas fiscais como a Medida Provisória nº 1.175, que ajustou temporariamente o IPI sobre veículos novos, afetando o mercado de seminovos e usados.

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