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Juros do crédito aumentam em julho de 2024, impactando consumidores

Alta da Selic influencia elevação dos juros para pessoas físicas e jurídicas

Taxas de juros do crédito em julho 2024
(Foto: Mikhail Nilov/Pexels)
Taxas de juros do crédito em julho 2024
(Foto: Mikhail Nilov/Pexels)

As taxas de juros das operações de crédito subiram em julho de 2024, após 12 meses de reduções consecutivas, segundo a Pesquisa de Juros da Associação Nacional de Executivos (Anefac).

Após um período de otimismo em 2023, com expectativas de queda nos juros, o cenário econômico brasileiro foi afetado pela decisão do Banco Central de interromper o ciclo de cortes na Selic. Essa medida resultou em um aumento das taxas de juros nas operações de crédito, tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas.

Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac, explicou que a manutenção da Selic em patamares elevados foi um dos principais fatores que contribuíram para a alta dos juros. Ele destaca que, com a sinalização de estabilidade da Selic nos próximos meses, as taxas de juros tendem a permanecer elevadas.

Impacto nas Taxas de Crédito

A Pesquisa de Juros da Anefac revelou que, das seis linhas de crédito avaliadas, quatro apresentaram aumento nas taxas em julho. As maiores elevações ocorreram no cartão de crédito rotativo, no financiamento de veículos (CDC-bancos), no empréstimo pessoal oferecido por bancos e também nas financeiras. Apenas os juros do comércio e o cheque especial apresentaram queda.

Para as pessoas físicas, a taxa média geral de juros subiu 0,05 ponto percentual, alcançando 6,64% ao mês. Isso representa uma taxa anual de 116,29%. Essa é a maior taxa registrada desde abril de 2024. Para pessoas jurídicas, a taxa média geral de juros aumentou 0,03 ponto percentual, atingindo 3,68% ao mês. Isso equivale a 54,29% ao ano, sendo a maior desde abril de 2022.

Redução na Procura por Crédito

A alta das taxas de juros tem influenciado diretamente a demanda por crédito no Brasil. No primeiro semestre de 2024, a procura por crédito entre os consumidores caiu 1,1%, de acordo com um relatório da Serasa Experian. Embora essa retração seja menor do que a observada no mesmo período de 2023, isso reflete um cenário turbulento para a economia brasileira.

Luiz Rabi, economista da Serasa, sugere que a confiança do consumidor pode estar começando a melhorar, mas o alto nível de inadimplência e as taxas elevadas de juros continuam a desestimular a busca por crédito. Ele afirma que a redução na procura por crédito é um reflexo direto dessas condições econômicas adversas.

Perspectivas para o Segundo Semestre

A perspectiva para o segundo semestre de 2024 não é otimista, segundo analistas. Com a Selic estável e sem previsão de cortes significativos, as taxas de juros devem permanecer elevadas. Além disso, a bolsa brasileira, que acumulou uma queda de quase 8% no primeiro semestre, deve continuar enfrentando desafios. Isso pode alterar com mudanças na economia norte-americana e se acontecer uma mudança no cenário fiscal brasileiro.