A The Walt Disney Company, tradicionalmente conhecida por seus parques temáticos e sua vasta gama de entretenimento, está enfrentando uma nova série de desafios. A Disney revelou resultados financeiros abaixo das expectativas, especialmente em sua divisão de parques temáticos neste 2T24. A receita para este segmento cresceu modestamente 2%, totalizando US$ 8,4 bilhões. No entanto, o lucro operacional caiu 3%, para US$ 2,2 bilhões. A empresa atribui esses resultados a uma “moderação na demanda dos consumidores” que superou suas previsões anteriores e aos custos elevados.
Desempenho financeiro abaixo das expectativas
Com os consumidores norte-americanos enfrentando um orçamento mais apertado devido à inflação elevada, os parques temáticos da Disney estão sentindo o impacto de uma demanda enfraquecida. Hugh F. Johnston, diretor financeiro da Disney, comentou que “o consumidor com renda mais baixa está se sentindo um pouco estressado“, enquanto os consumidores de renda mais alta estão optando por viagens internacionais. Essa mudança no comportamento do consumidor tem implicações significativas para os parques temáticos da Disney.
Importância dos parques temáticos na estrutura da Disney
Os parques temáticos da Disney ganharam uma importância financeira nos últimos anos. No passado, eles desempenharam um papel crucial ao financiar o streaming e compensar a queda na receita proveniente da televisão a cabo. No ano passado, a divisão Disney Experiences, que inclui parques e cruzeiros, contribuiu com 70% do lucro operacional da empresa, em comparação com cerca de 30% há uma década.
O CEO Bob Iger descreveu os parques temáticos e os navios de cruzeiro como “um motor de crescimento essencial“. A Disney planeja investir cerca de US$ 60 bilhões ao longo da próxima década para expandir seus parques e a Disney Cruise Line. No entanto, a recente desaceleração na demanda pode impactar esses planos de expansão.
Expectativas para o futuro
A atual desaceleração no setor de parques temáticos não é um problema isolado. A Comcast, por exemplo, relatou uma queda de 11% na receita trimestral de seus parques temáticos, com uma redução de 24% no lucro antes dos impostos. Essa tendência de desaceleração global no setor de entretenimento e viagens pós-pandemia contribui para as preocupações sobre a saúde econômica da Disney.
Além disso, há uma crescente preocupação com a possibilidade de uma recessão nos EUA, o que pode afetar ainda mais o consumo e o gasto em entretenimento. Rich Greenfield, fundador da LightShed Partners, observou que “o aumento dos níveis de descontos na Universal e, em menor grau, na Disney, é cada vez mais alarmante”. Isso sugere que a competição no setor está se intensificando e que as estratégias de precificação podem precisar de ajustes.
Reações ao mercado
Enquanto enfrenta esses desafios, a Disney também está passando por um período de turbulência acionária e mudanças na gestão. A empresa enfrentou uma disputa de procuração liderada por investidores ativistas que criticaram a estratégia de streaming e o planejamento de sucessão. Apesar dessas críticas, a Disney conseguiu um crescimento de 4% na receita total, alcançando US$ 23,2 bilhões, e um aumento de 35% no lucro ajustado por ação, totalizando US$ 1,39.
Os sucessos recentes no setor cinematográfico, como o lançamento de “Divertida Mente 2” e “O Reino do Planeta dos Macacos”, ajudaram a compensar a desaceleração nos parques temáticos. A Disney também registrou um lucro operacional de US$ 1,1 bilhão, com um aumento de 4%,. Além disso, houve uma melhoria significativa na sua divisão de streaming, que gerou US$ 47 milhões em receita operacional.
Futuro dos parques e inovação
Enquanto a Disney se prepara para enfrentar os desafios atuais, a empresa continua a investir em inovação e expansão. Josh D’Amaro, presidente da Disney Experiences, deve anunciar novos projetos de expansão durante uma convenção de fãs em Anaheim, Califórnia. No entanto, a demanda moderada pode impactar esses planos, exigindo ajustes na estratégia de negócios da empresa.
A Disney também está implementando aumentos de preços em suas assinaturas de streaming e introduzindo novos recursos, como “playlists contínuas” e aumentos de preços para o Hulu. Essas mudanças visam fortalecer a divisão de streaming e compensar a desaceleração em outros segmentos.
