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Quanto custa a nova estratégia nuclear dos EUA frente à China?

Estratégia nuclear dos EUA em 2024. (Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)
Estratégia nuclear dos EUA em 2024. (Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)
Estratégia nuclear dos EUA em 2024. (Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)
Estratégia nuclear dos EUA em 2024. (Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)

Em um movimento estratégico, o presidente Joe Biden aprovou recentemente uma nova diretriz nuclear para os Estados Unidos. Essa decisão marca uma reorientação na postura de defesa americana, focando diretamente no crescente arsenal nuclear da China, e estabelecendo um novo cenário de dissuasão global.

Reorientação da estratégia nuclear dos EUA

A estratégia revisada, intitulada “Orientação de Emprego Nuclear”, destaca-se por seu foco na China, que vem expandindo rapidamente seu arsenal nuclear. Pela primeira vez, a defesa americana ajusta sua postura nuclear para responder diretamente ao crescimento acelerado do poder nuclear chinês, que se estima rivalizar com os arsenais dos EUA e da Rússia na próxima década.

Essa mudança ocorre em um contexto de crescente aliança entre China e Rússia, que intensificou a necessidade de uma resposta robusta dos Estados Unidos. A nova diretriz se prepara para desafios nucleares coordenados, não apenas da China, mas também da Rússia e da Coreia do Norte.

Desafios coordenados: Rússia e Coreia do Norte

A parceria emergente entre China e Rússia, evidenciada por exercícios militares conjuntos, levanta preocupações sobre uma possível coordenação em crises nucleares futuras. A Coreia do Norte, com seu arsenal em expansão, também representa uma ameaça crescente, potencialmente colaborando com Moscou e Pequim.

Os Estados Unidos agora enfrentam a realidade de que múltiplos adversários podem coordenar ameaças nucleares, uma possibilidade que a estratégia nuclear americana deve considerar com seriedade. A nova diretriz de Biden reconhece essa mudança e adapta os planos de dissuasão para responder a crises nucleares simultâneas ou sequenciais.

Expansão nuclear da China

A China, sob a liderança de Xi Jinping, abandonou a estratégia de dissuasão mínima em favor de uma expansão nuclear agressiva. O ritmo acelerado dessa expansão ultrapassa as previsões iniciais das agências de inteligência americanas, com projeções de que o arsenal nuclear chinês alcançará a paridade com os Estados Unidos e a Rússia até 2030.

Esse crescimento coloca uma pressão adicional sobre a estratégia de defesa dos EUA, que precisa se adaptar rapidamente a essa nova realidade. A nova orientação do presidente Biden reflete essa necessidade, focando em como responder a uma China que não apenas aumenta seu arsenal, mas também se recusa a participar de diálogos de segurança nuclear com Washington.

A falta de diálogo com a China sobre segurança nuclear aumenta as tensões, tornando o ambiente geopolítico ainda mais volátil. A decisão de Pequim de interromper as conversas sobre riscos e controle de armas reflete uma postura mais agressiva. Isso complica os esforços americanos para prevenir incidentes nucleares.

Economia e corrida nuclear

Em 2023, os nove países detentores de armas nucleares — incluindo Estados Unidos, Rússia e China — destinaram um total de US$ 91 bilhões para a manutenção e expansão de seus arsenais, segundo dados do ICAN, entidade que venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2017. Esse valor representa um aumento de US$ 10,8 bilhões em relação ao ano anterior. O ranking é liderado pelos Estados Unidos, que sozinhos contribuíram com US$ 51,5 bilhões, representando 80% do crescimento global. Essa escalada de investimentos sugere uma corrida armamentista em plena evolução.

A estratégia nuclear dos EUA destaca-se por seu papel preponderante, com gastos que superam a soma dos outros oito países nucleares. A China e a Rússia seguem como os maiores competidores, investindo US$ 11,8 bilhões e US$ 8,3 bilhões, respectivamente.